Com 671 votos a favor, 303 não usados, 26 em branco e um nulo, o V congresso do partido, que terminou na quinta-feira à noite, reelegeu Benedito Daniel, o único candidato à sua sucessão, depois da desistência do candidato Sapalo António por divergências.
Segundo Benedito Daniel, são salutares as divergências, mas quando são levadas “para lá da própria realidade” e são fechadas “em torno das pessoas” só prejudicam o interesse do partido.
“Não há vitória sem união e não precisamos de inventar diferenças, as que existem já são suficientemente marcantes para todos nós e elas podem nos distinguir na unidade, é isto que se chama democracia”, acrescentou.
O líder do PRS reconheceu que internamente há áreas que precisam de melhorias, para que possam estar preparados para os desafios que o futuro reserva, em particular alguns órgãos da secretaria.
“Caminhamos agora para uma nova etapa, com a minha recondução a novo presidente, certamente procurarei liderar o partido com sabedoria e visão. Essa recondução à liderança é um momento crucial, confio que juntos seremos capazes de consolidar a nossa posição como a força política que realmente promove a renovação social e o federalismo no nosso país”, disse.
Sobre a situação do país, Benedito Daniel, eleito pela primeira vez presidente do PRS em 2017, disse que os angolanos não podem aceitar “um empobrecimento” como ao que se vem assistindo.
“Temos o direito ou dever de exigir do Governo medidas que voltem para o Estado social, para recuperar a eficácia e a capacidade de resposta a que ele sempre nos habituou”, referiu.
O V congresso, realizado com um ano de atraso, ficou marcado por divergências, com um dos candidatos a submeter ao Tribunal Constitucional uma providência cautelar para suspender a sua efetivação, alegando irregularidades na constituição da comissão preparatória nacional do congresso.
O tribunal deu provimento à providência cautelar, instando a comissão preparatória a abster-se de realizar o referido congresso no mês de abril, como tinha sido anunciado, acabando por acontecer este mês.
O PRS, fundado em 1990, é o único, entre os partidos que surgiram no início do multipartidarismo em Angola, em 1992, que permanece no parlamento.