Esta posição foi expressa pela secretária geral dessa instituição, reverenda Deolinda Teca, em entrevista à Angop, a propósito do discurso a nação pronunciado recentemente pelo chefe de estado, João Lourenço.
De acordo com a líder religiosa, apesar de na altura se encontrar fora da capital do país, fez um acompanhamento minucioso do discurso e congratula-se com o posicionamento do Estado em relação as congregação que exigem avultadas somas monetárias aos fiéis.
Referiu que a igreja tem vários tipos de ofertas, como a normal que se dá em todos os cultos, os dízimos, as voluntárias e as alçadas, contudo no país algumas congregações se têm dedicado a ir mais além do estipulado.
“A maioria dos fiéis que as igrejas possuem são pessoas com poucos recursos financeiros que ganham o seu sustento no comércio informal, algumas na realização de pequenos negócios ou trabalhos temporários e a igreja não pode exigir desses cidadãos mais do que é devido”, sustentou.
Para por cobro a esta prática, Deolinda Teca defendeu a necessidade de todos em conjunto educarem as sociedades sobre as consequências negativas que esta pratica acarreta.
“Esta pratica tira o prestígio ao próprio pastor que pode começar a ser visto pelos fiéis como um pedinte ao invés de ser chamado conselheiro e pacificador dos espíritos, e por esta razão torna-se necessário que todas as esferas da sociedade se envolvam na educação dos líderes dessas congregações “, afirmou.
Sublinhou que a igreja tem como missão principal a pregação das sagradas escrituras, sendo uma comunidade de fé em que as pessoas passam por um processo de confissão e perdão dos pecados, assim como fazer com que se conheçam os valores da palavra de Deus e a pratiquem.
Apontou os valores do amor, da humildade, paz, concórdia, como aspectos que devem ser vividos pelos cristãos.
Questionada como o CICA irá contribuir com o Estado para o combate a corrupção e a impunidade, a líder religiosa referiu ser um fenómeno que grassa todas as sociedades a nível mundial, o qual tem de ser eliminado com medidas enérgicas e eficazes.
Frisou que “não se pode conceber um religioso que se dedique a corrupção, visto que as sagradas escrituras pautam pela justiça e bem estar-social”.
Denunciou que em muitos sectores se verificam casos de corrupção, quer para obtenção de documentos, oportunidade de formação ou de promoção, facto que considerou de negativo.
Reiterou a pretensão do CICA em continuar a colaborar com o Estado na materialização de projectos que visem a melhoria do bem estar das populações.
O Conselho de Igreja Cristãs em Angola congrega 20 igrejas reconhecidas pelo estado angolano e duas agremiações baseadas na fé.