E como se isto não bastasse, nenhuma informação da direcção da empresa foi prestada aos funcionários que se limitam em “alimentar-se de ruídos” dos corredores sobre a data provável do pagamento dos salários.
Do presidente do Conselho de Administração da Edições Novembro, José Ribeiro, que de viva voz terá um dia dito que a empresa gozava de excelente saúde financeira, os funcionários pretendem saber o destino dado à verba proveniente do Orçamento Geral do Estado (Ministério da Finanças) destinada ao pagamento dos salários de Setembro, isto para não se questionar o de Outubro, tal como aconteceu com os demais órgãos públicos: Angop, Rádio Nacional de Angola e a TPA. À boca pequena pinga a informação que a engenharia de Ribeiro vai resultar no pagamento de somente o salário de Setembro, uma situação que os trabalhadores consideram absurda, já que o mês de Outubro terminou. Esta e outras informações sobre o pagamento de salários vêm, por norma, só dos bufos ao serviço de Ribeiro, quando deveriam ser da responsabilidade do administrador para a área financeira, Eduardo Minvu, a quem foi puxado o tapete devido à má gestão, segundo o PCA.
Sobre a acusação de má gestão de Eduardo Minvu, que circula pelo corredor da empresa pintado há pouco por causa da visita do ministro da Comunicação Social, que nem um pintainho molhado, diga-se em abono da verdade que José Ribeiro é useiro e vezeiro na práctica de sacudir o seu capote. Aconteceu com Filomeno Manaças, na altura director geral adjunto do Jornal, quando atribuiu a este as responsabilidades pela má qualidade da linha editorial do Jornal de Angola e outros títulos da Edições Novembro, numa reunião com os jornalistas, em que José Ribeiro demonstrou um comportamento típico de perturbação mental congênita e a ensaiar a habitual fuga para a frente. A moda da fábula da onça e a lebre, José Ribeiro, cuja relação era por si só “muito azeda” com Filomeno Manaças, chegando ao ponto de não lhe passar nenhuma palavra e de permitir que seu assessor, Artur Orlando Queiroz, destratasse a segunda figura da Edições Novembro, em plena redacção, despejou todo o “sangue” ao pobre Manaças, ante às várias reclamações de pelo menos doze jornalistas que aceitaram falar durante o longo encontro de quase quatro horas.
No encontro com os editores que serviu para informar sobre a conversa tida com o ministro João Melo, durante a sua visita às instalações da Edições Novembro, José Ribeiro, mergulhado no seu habitual cinismo, não falou do atraso dos salários e ninguém teve a ousadia de perguntar, por temer, como é hábito, represálias. Ribeiro não passou de “o ministro disse, o ministro disse”.
A totalidade dos funcionários, que solicitam a intervenção do ministro da Comunicação Social, João Melo, é de opinião que o atraso dos salários tem a ver com a má gestão de José Ribeiro.