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Dez milhões de crianças angolanas voltam às aulas com 70.000 professores a menos

Post by: 31 Janeiro, 2018

Mais de 10 milhões de alunos são esperados a partir de quinta-feira no regresso às aulas em Angola, no ensino geral, mas a falta de salas e de 70.000 professores ameaça o ano letivo de 2018.

É num cenário marcado ainda pela escassez de manuais escolares - nomeadamente devido à acumulação de dívidas do Estado às gráficas nacionais e à falta de divisas para importar matéria-prima - que o Presidente da República, João Lourenço, preside na quinta-feira à abertura do ano escolar em Angola.

A cerimónia oficial, em que se estreia João Lourenço, vai decorrer em Moçâmedes, capital da província do Namibe, no extremo sul.

A ministra da Educação de Angola, Cândida Narciso, já apontou que o país precisa de mais 70.000 professores, tendo em conta o contínuo aumento do número de alunos matriculados no ensino geral.

"Temos as condições criadas para o início do ano letivo ao nível de todas as províncias", afirmou, ainda assim, a ministra.

A governante acrescentou que os manuais de distribuição gratuita pelo Estado, no ensino primário, estarão entregues até ao final de março, garantidos inteiramente através de gráficas nacionais.

Atualmente estão ao serviço 245.000 professores para praticamente 10 milhões de estudantes em Angola, estimando-se que, só na província de Luanda, mais de 100.000 crianças vão ficar sem aulas em 2018, por falta de vaga.

"O que acontece é que o número de alunos que termina o ciclo primário não encontra vaga no ensino secundário, quer os que entram para a 7.ª classe, bem como os que entram para a 10.ª classe, segundo ciclo", explicou anteriormente à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Professores de Angola (Sinprof), Guilherme Silva.

Neste cenário, que se repete há vários anos, as inscrições e matrículas decorrem por entre constantes denúncias públicas de alunos sem vagas nas escolas cujos encarregados de educação são levados a pagar aos diretores e professores a já célebre "gasosa escolar", para garantir um lugar na escola.

"A saída é a construção de mais salas de aula, desafogar também o excesso de alunos por salas, porque há escolas em que temos salas com 70 alunos e desta maneira estaremos longe da qualidade de ensino que se almeja", observou Guilherme Silva.

O ano letivo de 2018 estende-se até 15 de dezembro, no ensino geral em Angola.

Last modified on Quarta, 31 Janeiro 2018 10:00
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