O recém-eleito presidente da Libéria e ex-jogador de futebol, George Weah, anunciou, esta segunda-feira, que vai cortar o seu salário em 25%, No seu discurso, o novo Chefe de Estado alertou a população para o mau estado da economia do país.
"Devido à muito rápida deterioração da situação da economia, estou a informar-vos hoje que, com efeitos imediatos, vou reduzir o meu salário e benefícios em 25%", anunciou Weah, citado pelo jornal The Guardian, O valor restante num fundo de desenvolvimento para a Libéria.
"A nossa economia está falida. O nosso Governo está falido. A nossa moeda numa queda livre. A inflação a subir", avisou.
"O desemprego nunca foi tão alto e as nossas reservas estrangeiras nunca foram tão poucas", sublinhou, justificando assim o corte na sua própria remuneração.
A medida é olhada com admiração num continente que se tem habituado ao inverso: representantes do Estado que usam as suas funções para obterem salários extravagantes e vantagens, escreve o jornal.
George Weah venceu as eleições presidenciais em dezembro do ano passado, sucedendo a Ellen Johnson Sirleaff. A sua antecessora é uma economista vencedora do Nobel. Weah é um ex-atleta e até o hoje único futebolista africano a ganhar a Bola de Ouro.
Weah tinha prometido uma repressão à corrupção endémica existente no país e tem-se esforçado por apresentar medidas que a contrariem. No entanto, não é a primeira surpresa do seu mandato. O presidente quer revogar um artigo presente na Constituição e que apenas permite a "pessoas de cor" serem consideradas liberianas ou possuirem propriedades no país. Segundo a Reuters, Weah descreveu essas cláusulas como "desnecessárias, racistas e inapropriadas" para a Libéria do século XXI.
A Libéria é a república mais antiga da África e foi criada por escravos libertados pelos EUA. Foi declarada independente em 1847.