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Advogado angolano recusa a esclarecer relações de empresa que contratou Orlando Figueira

Post by: 20 Março, 2018

Noronha Tiny, advogado angolano que esta terça-feira foi ouvido como testemunha no julgamento do processo Fizz, recusou esclarecer  as ligações da Primagest quer ao Banco Privado Atlântico quer à Sonangol, alegando que esses temas estão sob sigilo profissional.

Noronha Tiny alegou sigilo profissional para recusar a responder perguntas no julgamento da Operação Fizz.

A acusação do Ministério Público diz que o procurador Orlando Figueira foi contratado pela Primagest, empresa alegadamente ligada à Sonangol e a Manuel Vicente. O ex-vice-presidente angolano é acusado de ter corrompido Orlando Figueira em troca do arquivamento de processos que o visavam no DCIAP. 

Noronha Tiny referiu várias vezes que não podia responder às questões, salientando que nunca recebeu nenhuma notificação do tribunal para o fazer. O advogado de Angola representou o BPA na negociação de compra de ações da COBA.

Noronha é tido como sendo muito próximo da família de José Edurado dos Santos, o ex presidente de Angola.

As frases do dia

“Eu não tenho um mandato nem procuração geral da Primagest”, advogado Noronha Tiny.

“Não deverá ser feito qualquer referência à Sonangol enquanto acionista da COBA. Se formos contestados relativamente ao que foi afirmado no passado, a resposta deverá afirmar que a Sonangol, ao abrigo da promoção do empreendedorismo em Angola, foi promotor do negócio, colocando à mesa de discussão os atuais e anteriores acionistas da COBA”, ata do conselho de administração da Coba.

“Se tiver em conta o ordenamento jurídico europeu compreendo que se possa considerar ilegal a ligação a uma empresa estatal, até pelo tratado de Roma, mas não se pode pensar que em Angola é assim. É legitima a participação do Estado, tal como é legitima a participação da Sonangol”, advogado Noronha Tiny.

“Não me cabe a mim ir à busca da verdade, mas às pessoas desta casa. Estou aqui para colaborar, mas não quero ficar com o ónus de ser eu o responsável pela descoberta da verdade”, Noronha Tiny.

Decisões importantes

O coletivo de juízes vai ouvir esta tarde de terça-feira o arguido Orlando Figueira, a seu pedido, por causa da revisão da medida de coação. Figueira está em prisão domiciliária. É o único arguido que não está livre.

Quem foi ouvido

O advogado N’Gunu Noronha Tiny, que representou o Banco Privado Atlântico Angola no financiamento do negócio que levou à aquisição da Coba por um consórcio angolano.

Last modified on Terça, 20 Março 2018 14:12

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