Noronha Tiny alegou sigilo profissional para recusar a responder perguntas no julgamento da Operação Fizz.
A acusação do Ministério Público diz que o procurador Orlando Figueira foi contratado pela Primagest, empresa alegadamente ligada à Sonangol e a Manuel Vicente. O ex-vice-presidente angolano é acusado de ter corrompido Orlando Figueira em troca do arquivamento de processos que o visavam no DCIAP.
Noronha Tiny referiu várias vezes que não podia responder às questões, salientando que nunca recebeu nenhuma notificação do tribunal para o fazer. O advogado de Angola representou o BPA na negociação de compra de ações da COBA.
Noronha é tido como sendo muito próximo da família de José Edurado dos Santos, o ex presidente de Angola.
As frases do dia
“Eu não tenho um mandato nem procuração geral da Primagest”, advogado Noronha Tiny.
“Não deverá ser feito qualquer referência à Sonangol enquanto acionista da COBA. Se formos contestados relativamente ao que foi afirmado no passado, a resposta deverá afirmar que a Sonangol, ao abrigo da promoção do empreendedorismo em Angola, foi promotor do negócio, colocando à mesa de discussão os atuais e anteriores acionistas da COBA”, ata do conselho de administração da Coba.
“Se tiver em conta o ordenamento jurídico europeu compreendo que se possa considerar ilegal a ligação a uma empresa estatal, até pelo tratado de Roma, mas não se pode pensar que em Angola é assim. É legitima a participação do Estado, tal como é legitima a participação da Sonangol”, advogado Noronha Tiny.
“Não me cabe a mim ir à busca da verdade, mas às pessoas desta casa. Estou aqui para colaborar, mas não quero ficar com o ónus de ser eu o responsável pela descoberta da verdade”, Noronha Tiny.
Decisões importantes
O coletivo de juízes vai ouvir esta tarde de terça-feira o arguido Orlando Figueira, a seu pedido, por causa da revisão da medida de coação. Figueira está em prisão domiciliária. É o único arguido que não está livre.
Quem foi ouvido
O advogado N’Gunu Noronha Tiny, que representou o Banco Privado Atlântico Angola no financiamento do negócio que levou à aquisição da Coba por um consórcio angolano.