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Agentes policiais são-tomenses impedem entrega de cervejeira a empresário angolano

Post by: 03 Mai, 2018

A nova gestão da cervejeira Rosema, em Neves, no norte de São Tomé e Príncipe, disse que está a viver "uma situação de tensão", depois de a fábrica ter sido devolvida hoje por decisão judicial ao empresário angolano Mello Xavier.

"A situação está tensa, bastante delicada. Estão no interior da fábrica sete carros com várias dezenas de agentes da Polícia de Choque enviados pelo Governo para nos desalojar", disse esta noite a Lusa o novo administrador da empresa, Manuel Martins Quaresma, nomeado por Mello Xavier.

Por volta das 23:00 horas de Lisboa, Mello Xavier deslocou-se à cidade de Neves com a sua comitiva, acompanhado por três oficiais de diligencia do Supremo Tribunal de Justiça para efetuar ato de receção formal da empresa, conforme estipula a decisão judicial.

Mello Xavier foi recebido na cidade de Neves por uma manifestação de apoio popular satisfeita com a recuperação da fábrica pelo antigo dono, mas encontrou resistência de um grupo de segurança privada, apoiado por agentes policiais.

As várias tentativas dos oficiais de Justiça para convencerem os agentes policiais de que foram ao local para cumprir um mandato não resultaram, levando a que a população e a comitiva de Mello Xavier forçassem o portão de entrada principal da fábrica.

A população invadiu o pátio da Rosema, juntamente com os oficiais de Justiça e a comitiva do empresário angolano, mas nessa altura foi reforçada a presença policial, num total de cerca de 50 agentes, e foram necessárias mais duas horas para as partes chegarem a um entendimento.

O inspetor-geral da polícia nacional que se deslocou ao local acabou por permitir que se procedesse a entrega formal da cervejeira ao empresário angolano, mas minutos depois disse ter recebido "novas ordens" e solicitou à nova gestão da empresa que se deslocasse à capital para "negociar" com a antiga administração, gerando com isso uma nova polémica.

A administração de Mello Xavier rejeitou o apelo e a situação entrou novamente num impasse e esta noite o Governo reforçou a presença policial no local, com elementos da Força de Intervenção Rápida.

Os populares, em solidariedade com o regresso à fábrica de Mello Xavier, não abandonaram o local.

"Querem que tiremos as pessoas do local para depois negociarmos, mas não vamos ceder, vamo-nos manter no interior da fábrica e esperar o que venha a acontecer", disse Manuel Martins Quaresma, afirmando desconhecer a razão pela qual o Governo resiste em devolver a fábrica.

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