O posicionamento foi manifestado hoje, em Luanda, pelo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos de Angola, Boaventura Moura, à margem de um encontro entre representantes do setor da saúde e do Governo angolano.
Na ocasião, o responsável debruçou-se sobre "melhorias e insuficiências" que o setor enfrenta, sustentando que aqueles equipamentos são "indispensáveis" para a formação farmacêutica.
"A classe farmacêutica do país tem estado a evoluir dia após dia, se ontem já fomos sete hoje somos 637. Temos de agradecer os esforços do Governo sobre a formação de alguns técnicos no exterior do país, agora precisamos trabalhar para melhorar a qualidade desta formação", disse o bastonário, em declarações aos jornalistas.
Alertou igualmente para a faltar de equipamentos de controlo: "Carecemos de um laboratório nacional de controlo da qualidade no país, carecemos de um sistema de registo e homologação quanto à introdução de medicamentos no país, que não ocorre até hoje".
"E precisamos ainda melhorar a nossa fiscalização, o ato farmacêutico deve ser praticado pelo profissional farmacêutico coisa que ainda estamos aquém e também das ações farmacêuticas que carecem de monitoria e avaliação", sustentou.
Tudo porque, sublinhou, o país tem de passar a comprar medicamentos em "fontes credíveis", contrariamente ao que vem acontecendo.
O bastonário, que falava no final da cerimónia de consulta pública sobre o pacote legislativo autárquico, promovida pelo Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado para os técnicos da saúde, assumiu a "carência de profissionais".
De acordo com o bastonário, o número de profissionais farmacêuticos no país "ainda é insuficiente quando comparado com a demanda necessária".
A solução, admitiu, passa por colocar enfermeiros a realizar atos farmacêuticos, "quando não era o desejável": "Mas isto é um problema conjuntural que muitos países têm estado a resolver".
Na ocasião, Boaventura Moura manifestou-se ainda preocupado com a falta de uniformização dos currículos de formação profissional no país, sobretudo na área da Saúde.
"Nós temos institutos superiores politécnicos e universidades, os dois não podem formar com o mesmo perfil", alertou.