"Estamos em greve a partir das 07:00 de hoje. A adesão é positiva e neste momento todos os setores públicos estão paralisados", disse à Lusa o presidente da União dos Sindicatos de Cabinda (USCA), Manuel Guilherme Tati.
Segundo o sindicalista, a paralisação da função pública naquela província do norte de Angola originou hoje de manhã uma reunião com a equipa negocial do Governo local "em busca de uma plataforma de entendimento".
"Terminamos já um encontro com a equipa negocial do Governo da província e vamos amanhã dar sequência a este diálogo, no sentido de encontrarmos uma plataforma de entendimento", explicou.
O Ministério das Finanças de Angola decidiu suspender, em abril, os salários de mais de 64.000 funcionários públicos por alegada dupla "efetividade e falta de documentos", medida que tem sido fortemente contestada por sindicatos e trabalhadores.
Cerca de 20.000 funcionários foram mesmo desativados definitivamente pelo Ministério das Finanças.
Na sexta-feira, a Lusa noticiou que a decisão da USCA foi aprovada numa assembleia-geral extraordinária, surgida na sequência de uma declaração de greve de 06 de junho para protestar contra o "martírio a que estão submetidos os funcionários".
Por isso, adiantou Manuel Guilherme Tati, um entendimento com a entidade patronal deve passar pela "reinserção dos 800 funcionários afetados" dos 1.775 inicialmente abrangidos pela medida.
"O entendimento deve passar por termos acesso aos dados dos funcionários reinseridos na folha salarial do Ministério das Finanças até ao final deste mês, para vermos a disparidade e se houve ou não uma evolução positiva", argumentou.