A informação foi avançada pelo médico legista do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola, Aurélio Martins, à margem da 5.ª Conferência Nacional sobre Saúde Mental em Angola, realizada em Luanda.
No encontro, que visou celebrar o Dia Mundial da Saúde Mental, assinalado hoje, Aurélio Martins falou sobre o tema "Casos Consumados de Suicídio e a Abordagem da Medicina Legal", lamentou a falta de cultura de denúncia dos cidadãos quando esses casos ocorrem.
"É este universo de casos que registamos de janeiro de 2013 a agosto de 2018, um total de 2.500 casos de suicídio. Mas, em termos estatísticos, esses números não refletem a realidade. Temos noção que, pelo país, ocorrem casos que não são denunciados", disse.
Em declarações aos jornalistas após a conferência, realizada na Mediateca de Luanda, o responsável do SIC explicou que entre as razões para os suicídios estão "fatores psicológicos, genéticos e socioeconómicos"
Entre as tipicidades de suicídios que se registam em Angola, os enforcamentos, projeção ao solo, disparos com arma de fogo e ainda utilização de armas brancas norteiam as ocorrências.
"Saúde Mental dos Jovens num Mundo em Mudanças" é o lema das celebrações do Dia Mundial da Saúde Mental, com as autoridades a manifestaram-se preocupadas com os casos de "transtornos mentais entre jovens e adolescentes".
A influência das escolas e seu impacto na saúde mental dos jovens e adolescentes, as mudanças sociais e o seu impacto no comportamento juvenil foram alguns dos temas abordados no encontro, que congregou vários especialistas do setor da saúde.