"As acusações teriam um outro pendor se esses membros estivessem em pleno gozo dos seus direitos, são pessoas que abandonaram a associação em 2016 e 2017, por alegada falta de dinheiro", disse hoje Geraldo Wanga, em declarações à Lusa.
Na quinta-feira, a ANATA anunciou a suspensão do presidente da direção, acusando-o de ter desviado mais de 30 milhões de kwanzas (83 mil euros), "violação dos estatutos" e "gestão conflituosa e antidemocrática".
Rodrigo Luciano Catimba, membro da comissão de gestão da ANATA, afirmou que os membros da assembleia-geral da associação têm provas dos desvios de fundos, referindo que o caso "pode resultar numa queixa-crime" junto da justiça.
Hoje, Geraldo Wanga refutou as acusações, afirmando que os referidos membros agem de "má-fé por estarem "descontentes" com o novo rumo da associação, e referiu que está "em pleno gozo dos seus direitos" e que a assembleia-geral em que foi decidido o seu afastamento foi "ilegal" e realizada de "forma clandestina".
"Essas alegações sobre desvios de fundos não existem, convido quem quer que seja visitar as nossa instalações e ter contacto com os dados contabilísticos de 2018", sublinhou.
Geraldo Wanga recordou ainda que a associação que dirige, já no segundo mandato de cinco anos, "não tem fins lucrativos", referindo que caso os alegados desvios de 30 milhões de kwanzas fossem verdadeiros as manifestações surgiriam no seio dos taxistas.
O líder associativo afirmou hoje que as pessoas que fomentam as "acusações grosseiras" se demarcaram da associação por "receios de perseguições", devido a algumas posições que a ANATA tomou na altura, recordando que até recebeu ameaças de morte.
"Hoje a associação conseguiu destaque na sociedade, a atividade é valorizada, e, infelizmente, essas pessoas vêm cobrar o seu lugar na história, alegando que são fundadores. Querem voltar mas não querem submeter-se ao normal processo de inscrição à luz dos estatutos", explicou.
"Essas pessoas estão a agir de má-fé, fizeram um pacto para me destruir, para me levar abaixo por via de acusações grosseiras, porque se essa confusão refletisse o interesse dos taxistas teríamos manifestações à porta da associação", salientou.
Questionado se existiam alas no seio da ANATA, organização que só em Luanda conta com cerca de 24.000 associados, Wanga negou, considerando haver apenas um "grupinho de membros frustrados pela falta de emprego".
Para o presidente dos taxistas angolanos, as organizações angolanas "não têm cultura de pagar quotas", questionando a origem legal dos fundos supostamente desviados, quando a ANATA "não desenvolve atividade económica".