Massota está a ser julgado por suposta prática de 30 crimes de burla por defraudação, conduta indecorosa e abuso no exercício do cargo, quando era director da Escola Nacional de Formação de Polícia de Protecção e Intervenção.
O antigo comissário tinha afirmado em audiência que as acusações que lhe são feitas se devem ao facto de ter denunciado a existência de mais de três mil polícias fantasmas na Escola Nacional de Formação de Polícia de Protecção e Intervenção de que era o responsável máximo, acrescentando que Ambrósio de Lemos, na altura comandante máximo da PN, ignorou e escondeu a existência desses "funcionários-fantasma”.
O actual comandante, Paulo Gaspar de Almeida, disse que todos esses agentes tinham terminado os seus cursos e foram transferidos para o comando provincial, mas que por razões burocráticas tinham continuado na folha de salários da escola.
Além do comissário Francisco Massota, estão igualmente arrolados no processo como réus as agentes Márcia Crispin e Elisandra Tomás, os sub-inspectores Elsa Manuel e Belchior Kussendala, assim como o intendente Veloso Moisés, acusados de conduta indecorosa e burla por defraudação.
A acusação do Ministério Público Militar refere que em Maio de 2016, Francisco Massota, chamou ao seu gabinete as agentes Elisandra Tomás e Márcia Crispin, a quem orientou para encontrarem 100 cidadãos para o ingresso na PN, a troco de 300 mil kwanzas por cada processo.
O advogado Miguel Francisco, defensor da agente Elisandra Tomás, disse à VOA que a sua constituinte não cometeu os crimes que lhe são imputados.
O causídico sustentou que na sua qualidade de subordinada, Elisandra Tomás, apenas cumpriu as ordens dadas pelo seu superior hierárquico, a quem entregou o aludido dinheiro da colecta feita aos supostos candidatos ao ingresso na corporação.
Elizandra e os subinspectores Elsa Manuel e Belchior Kussendala, assim como o intendente Veloso Moisés, são acusados pelo Ministério Público Militar de conduta indecorosa e burla por defraudação. VOA