De acordo com o IGAE, os inspectores em causa, Marley Cláudio Mucazo e Maria António Diogo Luís, estavam devidamente credenciados e autorizados, pela estrutura máxima da ANIESA, a realizar serviços inspectivos naquela zona, por um período de 15 dias, mas ao invés de efectuarem o trabalho para o qual estavam mandatados, depois de realizarem a inspecção no depósito de medicamentos pertencente à empresa Lua-Comércio Geral, Importação e Exportação, tendo constatado supostas irregularidades, obrigaram o comerciante a pagar uma quantia de 280 mil kwanzas, como forma de evitar uma multa pesada e o consequente encerramento temporário do estabelecimento.
Em desacordo com a exigência dos inspectores, o operador comercial simulou concordar com a dupla, mas, sem que esses se apercebessem, accionou o 119, o número de denúncias da IGAE, que prontamente compareceu no local da ocorrência e já acompanhada dos oficiais do Serviço de Investigação Criminal (SIC) procederam à detenção dos dois inspectores.
O caso já mereceu a reacção da direcção da ANIESA, que lamenta e condena tal comportamento e apela à colaboração dos operadores comerciais na denúncia de tais práticas, que são contrárias aos valores e princípios que regem a Administração Pública. A direcção da ANIESA refere ainda que tudo fará para expurgar do seu seio todos quantos optem por tais práticas ou que tenham importado hábitos e vícios do passado que desabonam o bom nome das instituições do Estado.
A ANIESA diz, a concluir, que vai continuar a observar os princípios da legalidade, da transparência, da parcimónia, da competência e dos demais valores éticos e morais que regem a Administração Pública.