Segundo um dos indivíduos envolvidos, Bartolomeu José, que reside na província do Huambo, foi convidado por um amigo para ir à procura do garrafão de mercúrio, enterrado com o seu avô, no Cuanza Sul.
“Estou aqui, porque o outro nos convidou e fomos invadir a campa de um mais velho. O neto dele é que nos convidou, dizendo que o seu avô foi enterrado com cinco litros de mercúrio, que queria tirar para viver com a minha família (…) porque estamos a precisar de dinheiro, chegamos lá e não encontramos nada”, disse Bartolomeu José, em declarações à rádio pública angolana.
O mercúrio é um produto valioso em Angola, usado na exploração artesanal de minério para tratamento do ouro e prata.
Além de desenterrarem cadáveres e ossadas, os indivíduos terão vandalizado cavidades onde repousam os crânios de grandes soberanos locais, tendo alguns deles sido apanhados em flagrante e entregues à polícia.
O assunto está a ser analisado, além da polícia, também ao nível das autoridades tradicionais, que manifestaram preocupação com a situação e as suas consequências, sendo uma dela a falta de chuva.
Em declarações à emissora pública de Angola, o soba grande do município do Seles, Miguel Matias Filipe, referiu que estão a trabalhar com os acusados no sentido de “mostrarem onde estão a depositar os crânios, para que efeito, qual o objetivo”.
“Porque estamos a ver que essa prática está a penalizar muita gente, corta a chuva. Quando se expõe os cadáveres, não há chuva”, referiu.