Filipe Cumandala falou ao Expansão à margem do acto público, que marcou a entrega de 71 autocarros pelo ministério dos Transportes ao GPL, esta segunda-feira, tendo revelado que parte das empresas vencedoras do concurso público, não obedeceram aos requisitos exigidos e que "não deviam sequer ter concorrido", "por não apresentar experiência", referiu.
O director provincial clarificou que há operadoras que estão com os pagamentos atrasados no que concerne à amortização mensal do valor dos autocarros, sendo que muitas "não têm uma base com as condições técnicas exigidas, como posto de abastecimento de combustível e estação para lavar as viaturas", entre outras.
"Estamos a reestruturar o sistema de transportes, as empresas sem condições poderão avançar para uma fusão com outras que reúnam os requisitos, ou então o governo vai retirar os autocarros", admitiu Filipe Cumandala.
Recorde-se que cada uma das viaturas adjudicadas tem um custo de 58 milhões Kz, para as empresas a pagar durante dez anos, com uma prestação mensal de 490 mil Kz. Um dos requisitos é o pagamento inicial de 5% do valor, que corresponde a 2,9 milhões Kz.
Ricardo D"Abreu, ministro dos Transportes explicou que os meios fazem parte de um conjunto de 1.500 autocarros adquiridos no Brasil.
"Estamos a criar a entidade nacional de bilhética integrada que vai gerir todo o processo de compensação destes passes, porque as pessoas vão poder movimentar-se em qualquer dos operadores de transportes rodoviários, ferroviários e nos transportes marítimos caso estes entrem em funcionamento", referiu.
Já a governadora Ana Paula de Carvalho, garantiu que com estes 71 autocarros o problema da mobilidade será minimizado, tendo em conta que a população tem vindo a aumentar nos últimos tempos, cerca de 30% da população angolana vive em Luanda.
A governante acrescentou que existem ainda muitos constrangimentos, mas estes meios vão contribuir para a melhoria da mobilidade urbana. "Neste momento, estamos a rever a programação no sentido de aumentar a frequência naquilo que são as horas de ponta, porque é o período que temos mais gente nas paragens", admite a responsável.
"Doravante poderemos controlar o número de passageiros a transportar e melhorar o controlo da arrecadação de receitas", finalizou. EXPANSAO