Constituída desde 2005 e licenciada pelo Estado angolano, através do Ministério dos Petroleiros e Recursos Minerais, a referida cooperativa funcionava legalmente, mas viu interrompida a sua produção, por altura da “Operação Transparência” desencadeada pelo Governo Angolano em 2019, sem explicações plausíveis, atirando para o desemprego 87 trabalhadores, maioritariamente jovens recrutados localmente.
Situada no Rio Luio, na aldeia de Cacombo, comuna de Kassanji Kalucala, município de Xa- Muteba, a cooperativa, que também inclui um segmento agro- industrial, foi invadida por supostos militares comandados por um brigadeiro conhecido por Ponta Negra, que, em vez do proprietário, passaram eles a exploraram ilegalmente a zona, cujos rendimentos são repartidos com alguns generais bem identificados pela nossa fonte.
Esta situação já foi reportada às autoridades competentes da província da Lunda-Norte, mas não houve qualquer pronunciamento para se repor a legalidade, que passa por retirar os militares invasores e devolver à cooperativa ao seu proprietário, sendo que ele paga impostos ao Estado.
A fonte do portal Angola 24 Horas, conhecedora deste dossier, disse que com a proibição de o proprietário continuar a explorar a sua cooperativa, os 87 trabalhadores estão a passar mal, ou seja, aumentou a pobreza e a miséria no seio das suas famílias, porque a GAMANUEL era a única empresa que lhes sustentava.
Com a paralisação dos trabalhos, cuja retoma continua a ser ainda uma incógnita, porque os militares invasores continuam lá, além da pobreza na comunidade, pode propiciar os ex-trabalhadores a praticarem actos delituosos, para conseguir dinheiro para comprar comida e outros meios básicos para a sobrevivência com as suas famílias.
O mais grave é o facto de a maquinaria para a prospecção do cascalho, retro-escavadora e bulldozer se encontrar inoperantes, cuja inoperância pode provocar problemas técnicos nas duas peças adquiridas com muito sacrifício.
A fonte disse não compreender a razão de, até ao momento, a GAMANUEL continuar a ser impedida, quando outras cooperativas continuam a funcionar normalmente.
Perante esta situação, a comunidade local, sobretudo os sobas, pedem a intervenção do Presidente da República, João Lourenço, para mandar repor a legalidade, já que as autoridades da Lunda Norte temem enfrentar os generais implicados no negócio, por um lado, por outro, há desconfiança que façam parte deste negócio de invasões.
Em solidariedade com a GAMANUEL, os sobas, além de remeter uma carta ao Presidente da República, nos próximos dias, para intervir no assunto, prometem também ir ao encontro do Chefe de Estado quando for visitar a província de Malanje, brevemente, ainda este ano, para denunciar o comportamento de vários militares e policiais que exploram ilegalmente áreas mineiras, sob a capa de protegê-la, cuja situação remonta há vários anos.
Este portal tentou contactar o empresário Gaspar Manuel, dono da GAMANUEL, para mais detalhes, mas foi impossível, por indisponibilidade do seu número do telefone.