Na quinta-feira, o Presidente da República, João Lourenço, abre-se à imprensa nacional e estrangeira para falar dos principais desafios que vão dominar o seu último mandato.
Para este encontro foram apenas convidados cinco órgãos de comunicação social, o que leva o MISA-ANGOLA a acusar a Presidência angolana de ter seleccionado os órgãos de informação pelos quais o Chefe de Estado nutre uma certa simpatia.
Para Guilherme da Paixão, vice-presidente do MISA-ANGOLA, a secretária para a Comunicação Institucional e Imprensa da Presidência, ao indicar a dedo os órgãos de informação, feriu o capítulo das liberdades do sector que já dá provas de algum recuo em Angola.
“Enquanto MISA-ANGOLA encaramos com uma certa apreensão por que o país já não tem tantos órgãos de comunicação que consigam abranger a diversidade porque fomos surpreendidos com a retirada de determinados órgãos que já faziam alguma diferença e com os poucos que temos, ainda assim, chega esta informação de recuo das liberdades”, disparou o também jornalista.
A secretária para a Comunicação Institucional e Imprensa da Presidência angolana diz que o Chefe de Estado terá um encontro no futuro com outros meios de imprensa, mas o MISA-ANGOLA não acredita e chama esta iniciativa de “operação de charme”.
“Começou com bom sinal com a expansão da Rádio Ecclésia e com surgimento de órgãos que já existiam, mas que ao longo do tempo vimos que apenas era um charme e isto é muito mau para as liberdades”, lamentou Guilherme da Paixão.
A Presidência da República adiantou, em comunicado, que este processo será o retomar da iniciativa presidencial inaugurada em Janeiro de 2018. RFI