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Eleições 2017: Dia de reflexão vivido numa Luanda em ritmo de normalidade

Post by: 22 Agosto, 2017

A cidade de Luanda vive hoje um dia de reflexão eleitoral de normalidade e trabalho, na véspera das eleições gerais angolanas de quarta-feira, com muitos eleitores decididos a votar.

É o caso de Beney Augusto, de 27 anos, que tal como em dias anteriores saiu bem cedo à rua para vender jornais, os do dia de hoje sem destaques para a campanha. Socorrendo-se de uma das chamadas de capa da edição de hoje do Jornal de Angola,"Reflexão Eleitoral: CNE faz apelo para ida às urnas", o ardina assegura estar disposto para votar nesta quarta-feira.

"É mais um dia normal de trabalho e como vês estou aqui a vender os jornais. Claro que sei que é dia de reflexão, mas está tudo preparado, aliás desde cedo eu sabia onde votar, a escolha é minha e do meu coração", argumentou, em declarações à Lusa.

Entre a normalidade de uma capital que ao fim de semanas de campanha 'descansa' da política, Beney Augusto espera que, desta vez, as eleições sejam justas e decorram com verdade para o bem de todos".

Em pausa académica esta semana, devido às eleições, a estudante universitária Marisa Salvador, de 31 anos, disse à Lusa que o dia de reflexão está a ser vivido com normalidade e que vai passar o resto do dia a estudar, até porque já decidiu em quem votar.

"Como votar é um ato cívico, estou preparada para exercer o meu direito de cidadã. Reservei o dia de hoje para rever a matéria", realçou.

Dos próximos governantes a estudante de Economia da Universidade Agostinho Neto espera que apostem seriamente na criação de mais postos de trabalho para os jovens.

"Ouvimos muito que vão criar emprego, isso e aquilo e gravamos bem as promessas. Que vença o melhor e que esse melhor saiba cumprir aquilo que prometeu. Nós os jovens só precisamos de mais oportunidades porque somos capazes", disse.

Joel Mavinga é taxista há quatro anos e hoje não quebrou a rotina, na rota "Cuca/São Paulo e vice-versa". Na paragem de táxi, aguardando por passageiros, conta à Lusa que já decidiu o seu voto e que, por isso, hoje é mais um dia para buscar o sustento para família.

"Sim, a minha decisão está tomada. Foram muitos dias de barulho durante a campanha eleitoral, mas uma coisa é certa, o meu pensamento é único, a minha decisão está tomada e por isso apelo a todos os cidadãos e que se juntam às assembleias de voto para decidirmos quem nos vai governar", apelou.

O taxista de 36 anos disse esperar "que não haja pressões aos eleitores no dia do voto" e "que todos escolham em consciência" o futuro do país.

"Espero que os meus filhos cresçam num país bom e sem os problemas básicos que ainda vivemos. Com melhor saúde, educação e com governantes que respeitam de facto o povo", observou.

De banheira à cabeça e com o filho às costas, Suzana Rafael aproveita a dia de reflexão para continuar na venda ambulante de fruta: "Para mim é mais um dia de batalha idêntico aos outros, porque preciso de sustentar os filhos".

"Mesmo amanhã também vou vender, mas primeiro vou votar, vivo no Sambizanga e já sei onde vou votar e depois do voto a minha 'zunga' não vai parar", explicou.

Angola vai realizar eleições gerais a 23 de agosto deste ano, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.

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