Alguns eleitores no município do Cazenga, província de Luanda, não sabem até ao momento onde votar, por dificuldades em localizar as respetivas assembleias de voto, contaram à agência Lusa alguns cidadãos.
"Tenho aqui esta ficha na mão e até agora estou a circular para ver se consigo encontrar a minha assembleia de voto, porque não sei onde fica o bairro 11 de Novembro", disse à Lusa Gabriel Tchova.
Também Verónica Ngangula Nzuzi está com dificuldades em localizar a sua assembleia de voto, afirmando que nem mesmo os agentes de educação cívica eleitoral aos quais recorreu conseguiram esclarecer onde deve votar.
"Estou aqui já a circular desde as 07:00 e ainda nem sei onde votar. Atualizei o meu cartão, mas não consigo localizar esta referência que meteram aqui no papel", explicou.
Numa ronda por outras assembleias de voto, no município do Cazenga, casos do género acima descritos não foram constatados.
Na assembleia de voto número 686, no distrito urbano do Hoji-Ya-Henda, o processo de votação começou às 07:10 e decorre sem sobressaltos, conforme atestou à Lusa o presidente da assembleia, Inácio Francisco Almeida.
"Até aqui, o processo está a decorrer normalmente, do jeito como nós esperávamos. Estamos a trabalhar com nove mesas e também nove cadernos eleitorais. A nossa previsão, à luz do que está nos cadernos eleitorais, é atender 500 eleitores por cada mesa", afirmou.
A afluência de eleitores nessa assembleia é considerável e, à saída da cabine de voto, ouvimos Ângela Sofia, "radiante" por ter exercido o seu direito de voto.
"Estou com o dedo indicador pintado, porque já votei para decidir o futuro do nosso país. Fui bem atendida, cheguei e nem sequer demorei", sustentou.
A satisfação pelo voto também foi confirmada por João António Martins, logo após o presidente da mesa ter confirmado o seu nome no caderno de eleitor e se ter dirigido à cabine, depositando o boletim de voto na urna exposta na mesa 4.
"Já votei, o processo decorreu bem. Estou feliz pela adesão das pessoas, o voto é secreto e está tudo nos conformes", observou.
Angola realiza hoje as quartas eleições, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.
A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).
O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições gerais de 2012.