Detidos mototaxistas no Namibe que protestavam contra subida do combustível

Vários mototaxistas foram hoje detidos em Moçâmedes, na província angolana do Namibe, quando protestavam contra a subida do preço do combustível, anunciou a polícia, sem especificar o número de detidos.

Em declarações à Lusa, o porta-voz do Comando Provincial do Namibe da Polícia Nacional, Ernesto Calianguila, dando conta que os efetivos locais foram confrontados esta manhã com algumas barricadas na via pública.

“Mas, até agora a situação está sob controlo, de facto foram feitas algumas detenções, como resultado de alguma arruaça e vandalização de alguns bens com ligeiros danos, relativamente a uma viatura e a um armazém”, disse.

Segundo o responsável, a mobilização para a “suposta manifestação” foi feita pelas redes sociais e a subido do preço do combustível motivou os protestos dos motoxatistas locais, que são acusados de “vandalismo, arruaça e desordem pública”.

“Alguns (mototaxistas) aderiram, mas a maioria não aderiu a esta arruaça e desordem pública, por isso é que os mesmos foram recolhidos e estamos a trabalhar com eles”, disse o porta-voz da corporação sem especificar o número de detidos.

Circulam nas redes sociais imagens de protestos na província angolana do Namibe, onde manifestantes em movimento numa avenida e arremessando objetos gritam “MPLA fora” e ao fundo são ouvidos alguns disparos.

Ernesto Calianguila disse igualmente ser prematuro fazer um balanço estatístico dos protestos registados em Moçâmedes, dando conta que um efetivo da polícia sofreu ferimentos ligeiros, alegadamente por ter sido atingido com uma pedra.

“É prematuro fazer o resumo agora, porque até agora estamos a trabalhar, tem algumas bolsas de alguns jovens estes arruaceiros, que chamados de indisciplinados (…). A esta altura não temos tanto barulho na via, porque a situação tende a acalmar-se”, rematou.

O Governo angolano decidiu, desde o dia 02 de junho, retirar parcialmente os subsídios à gasolina, cujo litro custa agora 300 kwanzas (0,48 euros) contra os anteriores 160 kwanzas (0,25 euros), situação que tem originado vários protestos em Angola, inclusive com relatos de mortes.

Um grupo de ativistas e membros da sociedade civil convocou uma manifestação nacional para 17 de junho contra a subida do combustível, fim da venda ambulante e a lei das Organizações Não-Governamentais.

Na semana passada registaram-se também protestos devido à subida do preço da gasolina no Lubango (Huíla) e Huambo, tendo resultado nesta última cidade um balanço de pelo menos cinco mortos.

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