“O que estamos a fazer é transmitir a real situação do país onde vamos, o sonho europeu já não é o mesmo dos anos 1990, os anos 2000”, disse esta segunda-feira à agência Lusa o director nacional da Pastoral Juvenil da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Armando Pio Alberto.
O sacerdote católico afirma que “quem vê cara, não vê coração” e que a organização “não consegue identificar essas vontades manifestas (de fuga) por que muitas são secretas”, realçou, admitindo que existe algum risco.
Além de mecanismos internos para minimizar essa possibilidade, o coordenador da caravana angolana, que deve contar com cerca de 520 peregrinos jovens, tem lhes apresentado a “real situação” que a Europa atravessa actualmente.
A Europa “passou por muitas mutações e, então, estamos a falar isso para os jovens que, sobretudo, nos dias de hoje a guerra na Ucrânia também encareceu a vida na Europa, o desemprego é uma realidade”, frisou. “E não se pode viver na Europa sem ter um emprego, condições mínimas salariais, por isso é bom não se aventurarem, porque depois o sofrimento será maior, esta é a mensagem que nós passamos para que as pessoas criem consciência da realidade”, salientou.
Armando Pio Alberto disse também existirem outros mecanismos de acção, que não especificou, salientando que a coordenação da caravana angolana nível interno o que fazer: “Pois estamos a ver para minimizar (o risco de fuga).” “Ouvimos tanta coisa por ali, então de acordo com o que ouvimos vamos ajeitando para ver se conseguimos minimizar isso”, apontou.
Pelo menos 1518 angolanos, residentes em Angola e na diáspora, estão já inscritos para participar na JMJ Lisboa 2023 e a partir de Luanda devem embarcar 518 peregrinos para este encontro com o Papa Francisco. De acordo com o padre, a caravana angolana, que será chefiada pelo bispo de Cabinda e porta-voz da CEAST, Belmiro Chissengueti, embarca nos dias 25 e 26 deste mês de Julho para Lisboa, embarque antecedido de uma missa de envio.
A JMJ Lisboa 2023 realiza-se entre 1 e 6 de Agosto, com as principais iniciativas a decorrerem em Lisboa, no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo (a norte do Parque das Nações e em terrenos dos conselhos de Lisboa e Loures).