Esta informação foi prestada hoje pelo presidente do Conselho de Administração do FFH, Hermenegildo Gaspar, tendo dito, na ocasião, que Kilamba e Sequele são duas centralidades críticas em termos de pagamento de renda resolúvel.
“Temos dois problemas críticos que tem a ver com as centralidades do Kilamba e Sequele: São as mais críticas para nós em termos de inadimplência”, lamentou o gestor.
Para as outras centralidades, a nível do país, o incumprimento do pagamento das rendas está em torno dos 45%, segundo o responsável que falava no tradicional Matabicho com a Imprensa “ Press breakfast”, entre a ministra das Finanças, Vera Daves, e jornalistas.
Face à situação, o Fundo, disse a fonte, está a preparar os sistemas e as condições para iniciarem, numa primeira fase, com os processos de sensibilização dos moradores.
Passada à fase de sensibilização, o FFH vai avançar para um processo mais coercivo, sem, no entanto, referir-se sobre a possibilidade de despejos.
“Já temos o aval dos ministros das Finanças e das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação para iniciarmos com a campanha de recuperação do crédito”, afirmou o gestor.
Segundo o responsável, que não precisou, os montantes são bastantes elevados e fazem falta ao Fundo para a construção de outras habitações.
Neste momento, acrescentou, o FFH precisa, a título de exemplo, pagar facturas de empreiteiros em valores acima dos 15 mil milhões de kwanzas.
“ Se conseguíssemos recuperar este dinheiro não teríamos grandes problemas em pagar esses empreiteiros”, sublinhou.
Actualmente, a centralidade do Kilamba tem 20 mil apartamentso correspondente a 710 edifícios de quatro, oito e 12 andares (pisos), de tipologia T3, T3+1 e T5.
Residências desabitadas
Outro problema com que o Fundo de Fomento Habitacional se depara está relacionado com as várias residências entregues aos beneficiários, mas muitas encontra-se fechadas.
Para o PCA do FFH, pressupõem-se que os beneficiários nestas condições não precisam dos mesmos.
“Vamos avaliar a situação, de facto temos um contrato promessa, mas se as pessoas não precisam das casas temos de encontrar um meio termo para resolver este problema”, afirmou.
A situação será analisada a nível do Ministério das Obras Públicas, Urbanismos e Habitação para a tomada de decisões que se impõem.
As centralidades concluídas em Angola, num total de 24, o equivalente a 85 mil habitações foram já todas comercializadas pelo Fundo de Fomento Habitacional (FFH).