O acidente ocorreu às 05h40 minutos, na Avenida 21 de Janeiro (próximo à FAPA-DAA), onde a viatura do também membro do Conselho da República se despistou e embateu contra um obstáculo fixo (placa publicitária e uma árvore).
“Tendo em conta a gravidade do impacto e o grau destruição da viatura, aventamos um excesso de velocidade, mas a investigação está em curso”, disse o porta-voz do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros de Angola, Wilson Baptista.
À imprensa angolana, o ex-secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, lamentou a morte de Ismael Mateus, que era cofundador do SJA, referindo que a classe “está de rastos”.
“O que somos hoje devemos o Ismael, foi o Ismael que nos mobilizou para o sindicato com um trabalho excecional e esses anos todos fomos mantendo uma relação mais do que profissional, uma relação de camaradagem, estamos de rastos”, lamentou.
Luis Caetano, presidente da Associação da Imprensa Desportiva de Angola, considerou “devastadora” a notícia da morte de Ismael Mateus, recordando que este era um ator “muito ativo a nível da vida social do país”.
“É um mestre que vai e que ainda tinha muito para dar”, salientou o também jornalista da Televisão Pública de Angola.
Jornalista desde 1981, Ismael Mateus nasceu em Luanda, aos 6 de Julho de 1963.
Foi membro fundador do Sindicato de Jornalistas (UJA) e membro da União dos Escritores Angolanos.
Desde 1985, publicou textos de opinião, inicialmente na Rádio Nacional de Angola, sob os títulos "Dia a Dia na Cidade” e "Bué de Bocas”.
Na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), escreveu para a rubrica "Recados para o meu Chefe”.
Posteriormente, viria a publicar textos de opinião nos jornais Angolense e Cruzeiro do Sul e no Semanário Angolense.
Publicou o seu primeiro livro em 1992, a colectânea de textos radiofónicos "Bué de Bocas”, em edição da Edipress.
Lançou também a obra "Ascensão e Queda, de Bartolas Matias”.
Em 2000, foi coordenador da colectânea de textos "Angola a Festa e o Luto”, lançado por ocasião do 25º aniversário da Independência Nacional.
Em 2001, pela editora Nzila, publicou o seu primeiro romance com o título "Os tempos de YaKalaya”.
Com base nas entrevistas por si conduzidas na LAC, por ocasião da morte de Jonas Savimbi, a Editorial Nzila publicou, em 2002, o livro "UNITA que Futuro?”. Em 2003, pela mesma editora, publicou o livro "Sobras de Guerra”.