Os militares referem ainda que, devido à desorganização das autoridades angolanas, foi a própria Embaixada Americana em Luanda que forneceu assistência financeira aos angolanos para alimentação durante a viagem. Este gesto, apesar de ser uma ajuda prática, foi recebido com grande constrangimento pelos oficiais. "Isso caiu-nos muito mal", disse um dos envolvidos.
De acordo com os oficiais, ao tentarem contactar a Direção de Finanças do Estado Maior General para resolver a situação, não obtiveram sucesso, pois as chamadas não foram atendidas. Além disso, o grupo inclui elementos femininos que também têm de enfrentar as dificuldades decorrentes da desorganização e irresponsabilidade da parte do governo angolano.
Neste momento, os oficiais angolanos recebem ajuda alimentar de uma igreja americana, o que, segundo eles, os coloca numa posição humilhante. "Somos tidos como pobres, miseráveis. Só nós, os angolanos. Que vergonha!", comentou um dos membros do grupo. Alguns colegas, para complementar as suas condições financeiras, têm recorrido a trabalhos temporários em restaurantes durante o período pós-aulas, apenas para conseguirem comprar bens como um iPhone ou uma boa calça jeans.
A situação tem gerado um forte sentimento de indignação entre os militares, que afirmam não ter sido tratados com a dignidade que merecem. "Somos os militares sem orgulho nem autoestima, no meio de mais de cinquenta nacionalidades", referem. De acordo com o grupo, a desorganização, a corrupção e a impunidade são problemas que predominam nas FAA, enquanto os chefes