A ministra da Saúde de Angola afirmou este sábado que o Governo está “preocupado” com a evolução do surto de cólera no país, mas sublinhou que o executivo está mobilizado e a tomar medidas que têm evitado mais mortes.
“Estamos a melhorar o saneamento básico, a reforçar o abastecimento de água potável e a atuar em várias frentes. Não estou a dizer que estamos tranquilos, mas estamos a evitar as mortes”, declarou Sílvia Lutucuta.
A governante frisou que as medidas de resposta visam preparar Angola para enfrentar a fase crítica da época das chuvas e do calor, períodos em que o risco de propagação aumenta, e garantiu que todos os setores do Executivo estão mobilizados.
A ministra realçou que o combate à cólera exige uma abordagem conjunta entre Governo e população: “Temos também intensificado a educação para a saúde, porque todos temos de ser participes ativos na luta contra a cólera, não só o Governo. A população educada e cooperante também pode ajudar a controlar o surto e é para lá onde vamos caminhar”, afirmou.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registados 133 novos casos de cólera a 1 de outubro — 75 no Uíge, 31 na Lunda Norte, 20 na Huíla e 7 no Cunene — e dois óbitos na Lunda Norte.
Desde o início do surto, em janeiro, o país contabiliza já 29.713 casos e 816 mortes.
Dados divulgados na quinta-feira indicam que África já superou este ano o número de casos de cólera registado em todo o ano de 2024, sendo Angola um dos países mais atingidos.
A cólera é uma doença diarreica aguda, causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados, associada a más condições de saneamento e higiene, e pode ser fatal se não for tratada rapidamente com hidratação adequada.