Os bispos católicos angolanos afirmaram hoje que o país continua “marcado negativamente” pela pobreza, fome e subdesenvolvimento, exortando o governo a priorizar políticas para reduzir o custo da cesta básica, agravada por “pesados e insuportáveis” impostos.
O Presidente angolano criou o Comité de Coordenação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira (CCENIF) para aumentar os níveis de acesso da população e empresas aos produtos e serviços financeiros, segundo um decreto presidencial.
O líder do grupo parlamentar da UNITA, maior partido da oposição em Angola, disse hoje que o Presidente angolano, João Lourenço, "falhou" no primeiro ano do seu segundo do mandato, porque a pobreza e a fome aumentaram.
Os bispos católicos angolanos defenderam hoje que Angola precisa de "despertar do sono anestesiante" dos partidarismos, das militâncias fanáticas, da cultura da bajulação e da arrogância, exortando os políticos a "redescobrirem a beleza e a ética da política".
Angola está transformada “numa casa sem pai”, um ano após a reeleição de João Lourenço, queixam-se os angolanos que lamentam ter sido “descartados” após as eleições de 2022 e criticam a “inoperância” do Presidente na resolução dos problemas.
O economista Carlos Rosado de Carvalho critica a política económica “irresponsável” e orientada pelo Governo angolano “para ganhar as eleições de agosto de 2022, considerando que Angola “passou do céu para o inferno”, após a reeleição de João Lourenço.
O analista político angolano Albino Pakissi, considerou a falta de transparência governativa e as dificuldades sociais da população como os factos marcantes do primeiro ano do segundo mandato do Presidente João Lourenço, que “parece estar a agir como nos cinco anos passados”.
A queda do kwanza, que desvalorizou 60% desde o início do ano, apanhou desprevenidas muitas empresas que operam em Angola e que admitem "congelamento" de investimentos, agravando o desemprego e as condições de vida da população.
A consultora BMI, do grupo Fitch Solutions, reviu hoje em baixa a previsão de crescimento para Angola este ano, antecipando um regresso à recessão, essencialmente devido à desvalorização do kwanza e ao aumento da inflação.
Os preços dos principais produtos da cesta básica na cidade de Caxito, província do Bengo, registam, nas últimas semanas, subidas significativas, devido à escassez de bens e de divisas.