Em entrevista publicada na edição desta terça-feira do Jornal de Angola, a directora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, Maria Lúcia Furtado, revelou que o produto em causa não faz parte do algoritmo autorizado e a sua ineficácia foi constatada após testes com resultados falsos ou duvidosos.
Explicou que algoritmo é a lista dos testes que permitidos para a identificação de uma determinada doença.
Para detectar o VIH, realçou, são feitos dois testes, um para rastreio e outro para confirmação, e os únicos testes aprovados para fazer o diagnostico no País são "Determine" e o "Unigold".
"Os testes davam falso positivo, ou seja indeterminados. Dos dois testes que eram feitos um dava positivo e outro negativo", frisou.
Entretanto, Maria Lúcia Furtado garantiu que este erro foi corrigido, a empresa envolvida está a repor outro material e os testes feitos serão repetidos com o produto que faz parte do algoritmo do Ministério.
Segundo ela, o nível de contágio de VIH em Angola é estimado em 310 mil de pessoas vivendo com a doença, das quais 190 mil são mulheres, muitas delas em estado de gestação.
A responsável salienta que no país cerca de 70 por cento das pessoas infectadas só se dirigem às unidades hospitalares quando estão com sinais e sintomas muito evidentes da doença, o que revela falta de cultura de fazer o teste com antecedência.
A directora adiantou que a taxa de abandono da medicação é de 54 por cento e o número de óbitos, em 2017, rondou os 13 mil óbitos, de acordo com os últimos dados da ONU Sida.