De acordo com o chefe de Estado angolano, que discursou na abertura da Conferência da Câmara de Comércio e Indústria, o executivo tem tomado medidas no domínio legal, cambial, migratório e de acesso ao crédito "para que o Estado reduza consideravelmente o papel de principal agente da economia", deixando o setor empresarial privado assumir o seu papel de motor do crescimento económico, melhorando o ambiente de negócios e tornando mais atrativas as condições para o investimento dos empresários nacionais e estrangeiros em Angola.
Apesar das dificuldades que as empresas apresentam, prosseguiu, o executivo tem verificado um interesse crescente destas em participar das iniciativas do Governo para alterar o quadro atual que se vive.
"Este encontro das câmaras de comércio e de indústria testemunham este renovado interesse de cooperação entre os empresários e o executivo para juntos mudarmos a situação atual", salientou.
Por outro lado, João Lourenço disse que o executivo quer evitar "tristes experiências conhecidas, como o Estado ter investido milhões de dólares em fazendas agrícolas, aviários e indústrias, mal geridas, e que não produzem ou produzem muito abaixo das suas capacidades instaladas e não dão suficiente emprego".
O Presidente angolano considerou imperioso que se encontre uma solução "urgente e definitiva" para pôr cobro ao que se passa com as empresas têxteis SATEC, África Têxtil e Textang II, concluídas entre 2013 e 2015, tendo o Estado se endividado no valor global de 1,16 milhões dólares (1,04 milhões de euros), mas que "estão há anos paralisadas ou semi paralisadas.
A fábrica de tecidos SATEC, empreendimento colonial localizado na cidade do Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza Norte, está paralisada há três anos por falta de algodão e de reagentes químicos.
A SATEC, a África Têxtil, localizada na província de Benguela, e a Textang II, em Luanda, beneficiaram de investimento japonês.
Segundo João Lourenço, com o funcionamento dessas fábricas estariam garantidos 2.430 postos de trabalho diretos e mais 3.000 indiretos.
"Estamos em crer que todas essas medidas, se tomadas com transparência e determinação, contribuirão para melhorar o ambiente de negócios em Angola, aumentarão a confiança dos agentes económicos da nossa economia e, por esta via, aumentarão os níveis de investimento privado no nosso país", referiu João Lourenço.