A empresária, que define a decisão judicial como “tentativa de espoliação”, diz em entrevista por escrito ao Jornal de Negócios que “pela grande responsabilidade que temos pelas dezenas de milhares de empregos e famílias (…) usarei todos os instrumentos do direito angolano e internacional à minha disposição para fazer prevalecer a verdade”.
A filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, considera que este julgamento “é um ataque político, sem fundamento jurídico, com factos fabricados”. Na sua opinião, “sugere que, a partir de agora, o sistema de justiça não hesitará em abusar dos seus propósitos e poderes e poderá tornar-se num muro de injustiças”.
Recorde-se que o Tribunal de Luanda emitiu um despacho de arresto das contas bancárias e das empresas de Isabel dos Santos a 30 de dezembro, uma situação que a empresária diz ser um “ataque politicamente motivado, pelo simples e único facto de filiação ao ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos”.
Isabel dos Santos, que tem participações em empresas portuguesas de relevo, como a Nos e a Efacec, não poupa o atual presidente angolano. Segundo diz, “este caso visa essencialmente mascarar o fracasso de uma política económica defeituosa iniciada pelo executivo do presidente João Lourenço após a saída do presidente dos Santos do poder”.