De acordo com o relatório 'Oil Market Report', a que a Lusa teve acesso, a queda do segundo maior produtor africano de petróleo deve-se "ao envelhecimento dos poços petrolíferos, que perdem fulgor, e aos investidores externos, que face às perspetivas relativamente pouco competitivas, perdem entusiasmo".
O documento, que dedica uns parágrafos especificamente a Angola, com o título 'Angola arrasta-se em África', diz que "os poços petrolíferos em águas ultraprofundas precisam de contínuos melhoramentos e desde que a produção atingiu o pico de quase 1,9 milhões de barris por dia em 2018, desde então tem sido uma luta para suster os declínios, com os projetos mais caros a serem adiados ou abandonados".
Mesmo a produção dos novos poços em 2016, como a Mafumeira Sul, operado pela Chevron, ou o da Eni, em 2017, "foi anulada pela queda de produção em campos mais maduros".
Ainda assim, os peritos da AIE consideram que a capacidade de produção angolana deve "ter um pequeno impulso em 2018" devido ao projeto Kaombo, da Total, o último a ser aprovado antes da queda dos preços do petróleo, em meados de 2014, e que deve começar a bombear petróleo ainda este ano.
"Angola está quase completamente dependente do petróleo para alimentar a sua economia e em novembro de 2017 o novo Presidente, João Lourenço, colocou uma nova administração na Sonangol como parte da sua aposta para reanimar o investimento estrangeiro", conclui o relatório da AIE nos parágrafos que dizem respeito a Angola.
De acordo com as previsões desta agência, Angola vai bombear 1,65 milhões de barris de petróleo por dia este ano (o mesmo que no ano passado), e depois começará a cair para 1,60 milhões em 2019, descendo ainda mais para 1,56 no primeiro ano da próxima década.
Nos últimos dois anos das previsões, 2022 e 2023, a produção de petróleo em Angola vai continuar a cair par 1,39 e 1,29 milhões de barris diárias, o que coloca a queda entre 2017 e 2023 nos 370 mil barris diários.