O ano de 2018 foi marcado por reformas profundas no sector bancário, com maior destaque para o regime de câmbio flutuante e a obrigatoriedade de aumento do capital social mínimo regulamentado dos bancos comerciais, através do Aviso nº2/2018 do BNA. Com base nos balancetes referentes ao terceiro trimestre de 2018, que encerrou em Setembro, há seis bancos cujos accionistas precisam de injectar dinheiro fresco no valor de 40,4 milhões USD até 31 de Dezembro.
O aviso nº 2/2018 do Banco Nacional de Angola obriga os bancos comerciais a triplicarem o capital social mínimo regulamentado e os fundos próprios de 2,5 mil milhões Kz para 7,5 mil milhões Kz até 31 deste mês. Entre as instituições que precisam de regularizar o capital social está o KEVE, o VTB, o Kwanza Investe, Banco Comercial do Huambo, Banco de Comércio e Indústria, Banco Prestígio, Banco de Investimento Rural (BIR), BANC, Standard Chartered Bank de Angola e o Banco Mais. Destes bancos, KEVE, VTB, BCI e Standard Chartered Bank de Angola precisam apenas de incorporar reservas, enquanto o BCH, Kwanza Investe, Banco Prestígio, BANC e Banco de Investimento do Sul os seus accionistas precisam injectar dinheiro para adequar o capital social ao mínimo regulamentado.
O Banco Prestígio, Banco Mais e o BIR são os que se encontram numa posição mais difícil e cujos accionistas precisam de maior aporte financeiro. O Banco Prestígio tem actualmente fundos próprios avaliados em 3,3 mil milhões Kz e um capital social de 2,5 mil milhões Kz. Para adequar-se ao valor mínimo do capital determinado no aviso nº2/2018 do BNA precisa de 5 mil milhões Kz, equivalente a 16,1 milhões USD ao câmbio de 309,907 Kz por cada nota de 1 USD.
O Banco de Investimento Rural tem fundos próprios no valor de 2,7 mil milhões Kz e um capital social de 4,4 mil milhões Kz. Para reunir um capital social de 7,5 mil milhões Kz precisa de 3 mil milhões Kz, equivalentes a 9,9 milhões USD ao câmbio de 309,907 Kz por cada nota de 1 USD. Já o Banco Mais precisa de 2,5 mil milhões Kz, mais de 8 milhões USD ao câmbio actual, uma vez que tem fundos próprios no valor de 1,2 mil milhões Kz e um capital social de 4,4 mil milhões Kz.
De salientar que o BIR, cujo accionista maioritário é Jean Claude Bastos de Morais com 85% do capital, registou um prejuízo de 183,3 milhões Kz no terceiro trimestre do ano em curso que encerrou no passado mês de Setembro. O Banco Kwanza Invest, cujo accionista maioritário também e Jean Claude Bastos de Morais, com 84,99% do capital, até Setembro apresentou fundos próprios no valor de 5,2 mil milhões Kz, um capital social de 2,5 mil milhões Kz. Para adequar-se ao capital mínimo regulamentado pelo BNA, o Kwanza Invest precisa de 2,2 mil milhões Kz, equivalente a 7,1 milhões USD. Jornal Mercado