Em comunicado, as duas entidades referem que a descoberta foi feita no projeto de exploração Agidigbo, que contém recursos entre 300 e 400 milhões de barris de petróleo leve.
O poço Agidigbo-1 NFW, perfurado pela sonda West Gemini a uma profundidade de água de 275 metros, está localizado 10 quilómetros a sudeste das instalações East Hub, do mesmo bloco, e atingiu a profundidade total de 3.800 metros.
"Para se aferir todo o potencial da descoberta no Agidigbo está já projetada uma campanha de avaliação para o início de 2020", indica-se no comunicado conjunto.
A ANPG e o Grupo Empreiteiro do Bloco 15/06, composto pela ENI (operadora, 36,8421% do capital), pela Sonangol P&P (36,8421%) e pela SSI Fifteen Limited (26,3158%), garante-se no comunicado, "continuarão a trabalhar para acelerar o seu desenvolvimento de forma técnica e profissionalmente em linha com o que de melhor se faz em todo o mundo, económica e ambientalmente sustentável".
Trata-se da quinta descoberta de petróleo nas águas profundas no Bloco 15/06, com a última anunciada em 14 de maio passado, em Ndungu, estimada em 250 milhões de barris, depois das efetuadas em Kalimba, Afoxé e Agogo.
O poço de Ndungi-1 NFW está localizado a poucos quilómetros do centro da ENI na área e foi perfurado a uma profundidade de 1.076 metros, a que se seguiu uma pesquisa até aos 4.050 metros, onde o crude foi encontrado.
O resultado da recolha intensiva de dados indica que poderá obter-se uma capacidade de produção de 10.000 barris por dia.
Localizado a cerca de dois quilómetros do campo de Mpungi, o novo poço pode ver a sua produção acelerada face à proximidade do sistema de produção que a petrolífera mantém na zona.
Os cinco poços, juntos, contêm uma capacidade estimada em 1.800 milhões de barris de petróleo, embora a ENI tenha já ressalvado que, com estudos mais aprofundados, a previsão possa aumentar.
Angola é um parceiro estratégico da ENI para o crescimento da petrolífera italiana, que opera no país desde 1980 e que mantém, atualmente, uma produção diária de cerca de 150.000 barris de crude ou equivalente.
A ENI, que opera também no Bloco Norte do offshore de Cabinda, tem dois outros projetos em desenvolvimento no Bloco 15/06.
Em 15 de março último, em Milão, o presidente executivo da petrolífera italiana ENI, Cláudio Descalzi, salientou que Angola é "um grande exemplo do modelo de exploração e de aplicação da tecnologia", salientando que os poços Kalima, Afoxé e Agogo podem entrar em produção em três anos.
O campo Kalimba foi descoberto em junho do ano passado a sudeste do Bloco 15/06, e pode ter até 300 milhões de barris de óleo leve, ao passo que o Afoxé foi encontrado já em dezembro, na mesma zona, e pode ter até 200 milhões de barris.
O de Agogo foi descoberto aem13 de março deste ano e tem uma capacidade estimada entre os 450 e os 650 milhões de barris.
A nível mundial, a petrolífera italiana espera aumentar a produção em 3,5% por ano durante os próximos três anos, apontando como meta a neutralidade das emissões de carbono resultante das suas atividades até 2030.