Segundo a informação semanal do BPI divulgada aos investidores, a que a agência Lusa teve hoje acesso, o montante de maio é o segundo valor mais baixo nos últimos anos.
Em relação a dezembro de 2018, as RIL registaram uma redução de 354 milhões de dólares (312 milhões de euros), uma quebra média mensal de 71 milhões de dólares (62,7 milhões de euros).
O kwanza, moeda angolana, continua a depreciar-se ao longo de 2019, tendo, no mercado cambial, registando uma depreciação de 9,3% face ao dólar nos primeiros seis meses do ano.
Apesar de ser uma perda de valor ainda considerável, o BPI considera que é "menos pronunciada" do que a registada no mesmo período em 2018 (-33.43%).
Se o kwanza seguir o mesmo ritmo de depreciação da primeira metade do ano, terminará 2019 em torno dos 375 kwanzas/dólar (segunda-feira estava nos 345,569 kwanzas/dólar), segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA).
Por outro lado, no mercado informal, a depreciação foi "ligeiramente mais pronunciada" face ao dólar nos primeiros seis meses do ano (-13.7%).
A depreciação mais acentuada no mercado informal explica o alargamento que voltou a acontecer na diferença entre ambos os mercados, estando agora em 39,6%, significativamente acima dos 21% registados em outubro de 2018.
O BPI realça também o adiamento da implementação do IVA, inicialmente previsto para 01 de janeiro e, posteriormente, remetido para 01 de julho, após o que foi remarcado para 01 de outubro próximo, decisão tomada na quarta-feira passada na reunião da Comissão Económica do Conselho de Ministros.
Entre várias decisões tomadas na reunião da Comissão Económica, e após uma avaliação junto de um Grupo Técnico Empresarial, o executivo angolano decidiu baixar a taxa de imposto para os contribuintes do regime transitório.
Assim, definiu que todo o contribuinte com volume de negócios inferior a 250 mil dólares (220,8 mil euros) ficará sujeito a uma tributação simplificada de 3% do volume de negócios (anteriormente 7%). Em 2021, o IVA será aplicado a todas as empresas.
Na semana passada, realça o BPI, foi formalizada a criação do Fundo de Garantia de Depósitos (FGD), capitalizado com uma dotação inicial de 13.800 milhões de kwanzas, montante equivalente a 40 milhões de dólares (cerca de 35,3 milhões de euros), proveniente de contribuições dos bancos do sistema.
O FGD garante a proteção dos depósitos até 12,5 milhões de kwanzas por depositante (36.700 dólares - 32,5 mil euros), no caso de falência de uma instituição bancária.
O BPI realçou também o anúncio feito pelo Presidente angolano, João Lourenço, de que o executivo irá alocar 2.000 milhões de dólares (1.767 milhões de euros) do Fundo Soberano para financiar o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
O financiamento tem como foco os municípios, no desenvolvimento de infraestruturas básicas (luz, água, saneamento e vias de transporte), saúde e educação, até 2020.
Nas previsões económicas, segundo o BPI, em 2018 a variação do Produto Interno Bruto (PIB) terá sido de -1,7%, esperando-se que, em 2019, atinja já terreno positivo, 1,8%, e os 2,4% em 2020, percentagens calculadas com base nas previsões compiladas pela agência Bloomberg.