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Sonangol fecha estratégia para vender os seus ativos no BCP

Post by: 18 Julho, 2019

Petrolífera angolana está prestes a finalizar o plano de desinvestimento no setor financeiro. Sonangol vai alienar participações em vários bancos angolanos e no BCP, onde detém quase 20%.

Os jornais em Angola avançaram com a informação de que a petrolífera estatal está prestes a fechar o plano de desinvestimento no setor financeiro, estratégia através da qual vai alienar participações em vários bancos angolanos e também no banco português. Mas fonte oficial da companhia angolana negou ao ECO que esteja em curso qualquer venda da posição no BCP.

“A Sonangol não emitiu recentemente qualquer opinião sobre o tema. A empresa remete para a última vez em que foi questionada sobre o tema e se pronunciou. Qualquer outra interpretação é da responsabilidade exclusiva de quem a faça”, disse fonte da Sonangol ao ECO.

Em dezembro do ano passado, o então presidente da petrolífera Carlos Saturnino disse publicamente que “a participação da Sonangol no Millennium BCP é um investimento estratégico“.

A informação inicial foi avançada pelo jornal Expansão, citando fontes da petrolífera estatal angolana. Adiantou que se trata de uma operação complexa uma vez que a estratégia delineada pela Sonangol em relação ao desinvestimento no setor financeiro em Angola e em Portugal será feito por via de parcerias com investidores privados e executada à margem do Programa de Privatizações lançado pelo presidente angolano, João Lourenço.

Não é a primeira vez que o tema da saída da Sonangol do BCP é referenciado nos jornais, embora a informação de que a petrolífera estaria a planear vender a sua posição no banco português tenha sido sempre rejeitada pelo próprio João Lourenço e também pelo BCP.

“Posso dizer que há uma empresa portuguesa que me procurou ontem [sexta-feira], muito preocupada, para saber se a Sonangol ia sair ou não. Em princípio, nós sossegamos essa empresa, para dormir descansada“, assegurou o presidente angolano, no encerramento da visita oficial de três dias a Portugal que decorreu entre 22 e 24 de novembro. Meses mais tarde, em março, João Lourenço reforçou a ideia em entrevista à RTP: “Em relação ao BCP, reitero o que disse na minha visita a Portugal, que é que, em princípio, vamos manter-nos“.

Em maio passado, o presidente da comissão executiva do BCP, Miguel Maya, também afirmou que não esperava mudanças na posição da Sonangol, isto depois do afastamento de Carlos Saturnino da liderança da companhia petrolífera. João Lourenço nomeou para o cargo Sebastião Gaspar Martins.

A Sonangol encontra-se em reestruturação com vista à concentração da sua atividade no petróleo e gás. E daí que esteja a pensar em alienar posições em áreas não core, como a banca. A petrolífera tem ações nos bancos angolanos BAI (8,5%), BFA (13% de participação indireta por via da Unitel); Caixa Angola (25%), Banco Económico (31,5%) e no BCP (19,5%). No banco português, a preços atuais de mercado, a posição está avaliada em 831 milhões de euros.
A Sonangol é o segundo maior acionista do BCP, atrás dos chineses da Fosun (27,25%). Atrás dos angolanos seguem a BlackRock e o grupo EDP, com 3,39% e 2,09%, respetivamente. A petrolífera estatal de Angola no capital do banco português em 2008, já depois do verão quente entre os acionistas e que levaram Carlos Santos Ferreira a mudar da Caixa Geral de Depósitos para o BCP.

Este ano, a Sonangol recebeu 5,9 milhões de euros em dividendos do BCP. Foi a primeira remuneração aos acionistas por parte do banco após quase uma década.

O BCP apresenta contas do semestre no próximo dia 29 de julho. Os analistas do BPI/CaixaBank antecipam uma subida de 12% dos lucros para 169 milhões de euros. ECO

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Last modified on Quinta, 18 Julho 2019 19:36
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