"Na Fitch Solutions, antevemos que o kwanza vá depreciar-se mais moderadamente no primeiro semestre deste ano quando comparado com o ano passado, dado o aumento das exportações petrolíferas e a melhoria no ambiente comercial", escreveram os analistas.
Num comentário à evolução da moeda angolana, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings consideraram que "as preocupações dos investidores sobre a frágil posição orçamental de Angola vão manter a procura de kwanzas baixa no curto prazo".
O aumento das exportações e a subida das taxas de juro internas vão manter uma pressão descendente sobre o kwanza, que será menos pronunciada no segundo semestre deste ano e em 2022, escreveram os analistas.
A previsão da Fitch Solutions aponta para 581,5 kwanzas por dólar em 2020 para uma média de 662,99 este ano e 680,44 em 2022.
Os analistas disseram ainda que "uma retoma significativa do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) é improvável de acontecer nos próximos dois anos, já que as reformas em curso para melhorar o ambiente de negócios demoram tempo a dar resultados".
O IDE em Angola desceu de 16,2 mil milhões de dólares, cerca de 13,3 mil milhões de euros, em 2015, para 8,1 mil milhões de dólares, à volta de 6,6 mil milhões de euros, em 2019, lembraram os analistas no relatório, disponibilizado aos investidores na mesma semana em que a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) disse que os investimentos em África caíram 18% no ano passado.