"Antevemos que a taxa de inflação aumente marginalmente para 22,4% este ano, antes de abrandar para 14,5% em 2022, e dado o elevado nível da inflação e as taxas de juro reais negativas, não esperamos que o Banco Nacional de Angola baixe a sua taxa de juro de referência antes de 2022", dizem os analistas.
De acordo com um comentário aos valores da inflação no ano passado, que aumentou para 22,3% face aos 17,1% registados em 2019, esta filial africana da consultora britânica Oxford Economics escreve que "isto aconteceu essencialmente devido à queda dos preços do petróleo e à liberalização cambial de 2019, que fez o kwanza perder cerca de 26% do seu valor no ano passado".
No comentário, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas apontam que o kwanza caiu para o nível mais baixo de sempre a meio de novembro, quando eram precisos 653 kwanzas para comprar um dólar, e alertam que "apesar de a moeda nacional se ter fortalecido em linha com a subida do preço do petróleo, continua vulnerável a mudanças no sentimento global e deve depreciar-se 18% este ano".
A inflação em Angola subiu 24,4% em janeiro face ao período homólogo do ano passado, registando um aumento de 1,5% face à subida dos preços registada em dezembro, divulgou o Instituto Nacional de Estatística angolano na segunda-feira.
"A variação homóloga situa-se em 24,41%, registando um acréscimo de 6,46 pontos percentuais com relação à observada em igual período do ano anterior", lê-se na nota divulgada em Luanda.
"Comparando a variação homóloga atual com a registada no mês anterior (dezembro de 2020) verifica-se uma diminuição de 0,68 pontos percentuais", acrescenta-se ainda no texto.