Moody's prepara descida do 'rating' do Banco Económico em Angola

Post by: 05 Março, 2021

A agência de notação financeira Moody's colocou hoje o ‘rating’ do Banco Económico, em Angola, em revisão para uma descida devido aos atrasos na recapitalização do antigo Banco Espírito Santo Angola que resultam da complexa estrutura de governação.

"A colocação dos ‘ratings’ do Banco Económico em revisão para uma descida surgem no seguimento dos contínuos atrasos na conclusão da recapitalização do banco", lê-se na nota enviada à Lusa, na qual se acrescenta que "a Mooyd's também encara o atraso na recapitalização atempada do banco como um assunto de governação, refletindo a complexa estrutura institucional e de governação".

O Banco Económico nasceu da extinção do Banco Espírito Santo Angola, em 2014, e "desde então foi sujeito a uma significativa reestruturação nos últimos anos, incluindo mudanças na gestão e no conselho de administração, sendo agora controlado pelo grupo estatal angolano Sonangol".

A colocação do ‘rating’ do banco em revisão para uma possível descida "reflete a incerteza relativamente aos prazos da potencial recapitalização do banco, no seguimento de adiamentos contínuos deste processo", acrescentaram os analistas da Moody's.

"Apesar de o processo estar em curso e de o Governo de Angola se ter comprometido a recapitalizar o banco ao abrigo do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), a conclusão do exercício continua incerta devido ao significativo montante de capital que é necessário para colocar a solvabilidade do banco num nível adequado", concluiu a agência de notação financeira.

De acordo com as contas da Moody's, o Banco Económico tem "uma falta de capital superior a 50% dos ativos mediante o risco, cerca de 1,3 mil milhões de dólares", quase 1,1 mil milhões de euros.

Durante o período da análise, a Moody's vai aferir "a capacidade do banco para lidar com os seus desafios de solvabilidade e avaliar a probabilidade de o banco angariar novo capital através da conclusão das discussões em curso com os seus principais acionistas".

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