"A colocação dos ‘ratings’ do Banco Económico em revisão para uma descida surgem no seguimento dos contínuos atrasos na conclusão da recapitalização do banco", lê-se na nota enviada à Lusa, na qual se acrescenta que "a Mooyd's também encara o atraso na recapitalização atempada do banco como um assunto de governação, refletindo a complexa estrutura institucional e de governação".
O Banco Económico nasceu da extinção do Banco Espírito Santo Angola, em 2014, e "desde então foi sujeito a uma significativa reestruturação nos últimos anos, incluindo mudanças na gestão e no conselho de administração, sendo agora controlado pelo grupo estatal angolano Sonangol".
A colocação do ‘rating’ do banco em revisão para uma possível descida "reflete a incerteza relativamente aos prazos da potencial recapitalização do banco, no seguimento de adiamentos contínuos deste processo", acrescentaram os analistas da Moody's.
"Apesar de o processo estar em curso e de o Governo de Angola se ter comprometido a recapitalizar o banco ao abrigo do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), a conclusão do exercício continua incerta devido ao significativo montante de capital que é necessário para colocar a solvabilidade do banco num nível adequado", concluiu a agência de notação financeira.
De acordo com as contas da Moody's, o Banco Económico tem "uma falta de capital superior a 50% dos ativos mediante o risco, cerca de 1,3 mil milhões de dólares", quase 1,1 mil milhões de euros.
Durante o período da análise, a Moody's vai aferir "a capacidade do banco para lidar com os seus desafios de solvabilidade e avaliar a probabilidade de o banco angariar novo capital através da conclusão das discussões em curso com os seus principais acionistas".