"Antevemos que a produção de petróleo em Angola vá cair 3,7% este ano, para 1,27 milhões de barris por dia, devido ao esgotamento dos poços envelhecidos de petróleo, mas a significativa recuperação nos preços vai apoiar a recuperação do valor das exportações petrolíferas e garantir um aumento das reservas externas em 2021", lê-se num comentário à economia angolana.
Na análise, a que a Lusa teve acesso, os economistas desta filial africana da consultora Oxford Economics escrevem que "o volume de reservas internacionais ficou nos 14,3 mil milhões de dólares [11,9 mil milhões de euros] no final de janeiro, aumentando face aos 13,8 mil milhões de dólares [cerca de 11,5 mil milhões de euros] registados no final de dezembro de 2020, mas ainda assim cerca de 10% abaixo do valor de há um ano".
Para este aumento das 'poupanças' em moeda externa contribuíram o aumento dos preços do petróleo, para quase 50 dólares por barril, um aumento de 1,2% nas exportações e a subida dos depósitos em moeda externa, no valor de 485 milhões de dólares (406 milhões de euros), dizem os analistas, notando que "apesar da redução das reservas durante 2020, o valor de cobertura das importações permanece adequado".
Além disso, acrescentam, "o Governo continua a receber apoio orçamental de vários credores multilaterais e também obteve um alívio do serviço da dívida por parte dos países do G20, o que ajuda a aliviar os receios sobre um Incumprimento Financeiro ['default'] soberano", o que, juntamente com a previsão de aumento do preço do petróleo para uma média de 61,7 dólares por barril, é positivo para as contas públicas deste país lusófono.