“Confirmamos que o campo Cuica, em Angola, descoberto em março, próximo do nosso FPSO [unidade flutuante de produção de petróleo] existente no Bloco 15/06, será ligado à produção nestes dias, apenas quatro meses após a descoberta”, afirmou o administrador delegado da Eni, Claudio Descalzi.
O campo Cuica-1 NFW foi perfurado como “poço desviado pela sonda de perfuração Libongos” em águas profundas de 500 metros, tendo alcançado uma profundidade vertical total de 4.100 metros.
A Eni mostrou-se também confiante na combinação de negócios em Angola com a britânica BP, que “permitirá um maior crescimento no país”, no dia em que apresentou os números da produção do segundo trimestre na África Subsaariana.
No relatório trimestral, a petrolífera italiana referiu que assinou “um memorando de entendimento com a BP para avaliar a combinação dos respetivos portefólios a montante no país, estabelecendo um empreendimento controlado conjunto baseado no modelo de negócio Var”.
Na apresentação dos resultados, Claudio Descalzi disse que as petrolíferas estão “a fazer progredir” a combinação de negócios.
“Esta nova empresa representará um veículo operacional e financeiro totalmente autónomo. Permitirá um maior crescimento no país, captando, ao mesmo tempo, sinergias entre dois dos maiores operadores locais”, acrescentou o administrador.
Segundo Claudio Descalzi, o objetivo de Eni e BP é “replicar o sucesso Var”, realizada na Noruega, em Angola, prevendo “um grande potencial de exploração e desenvolvimento”.
Sobre a produção a montante, a Eni disse ter descoberto “mais de 300 mboe [milhões barris de petróleo-equivalente]” na primeira metade do ano a nível global, “quase dois terços” da meta anual.
Neste campo, a petrolífera italiana assinalou que “os principais sucessos foram na Noruega, Angola, Indonésia e Gana”.
Além do Bloco 15/06, a Eni opera atualmente na fase de exploração o Bloco 1/14 (‘offshore’ da Bacia do Baixo Congo), e os blocos Cabinda Norte e Cabinda Centro (‘onshore’), tendo dito, em abril, que previa aumentar “as suas áreas operadas com o Bloco 28 no ‘offshore’ da Bacia do Namibe”.
A ENI Angola é operadora do Bloco 15/06 desde 2006, com uma participação de 36,84%, sendo os outros parceiros a Sonangol, com 36,84%, e a SSI Fifteen, com 26,32%.