A informação foi prestada por Augusto Kalikemala, administrador do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), durante um ‘webinar’ sobre privatizações de ativos e participações do Estado.
O BCI é uma das empresas de referência que integra o Programa de Privatizações (PROPRIV) lançado pelo Presidente angolano, João Lourenço, em 2019, e vai ser alienado através de um leilão em bolsa depois da qualificação dos interessados e validação por parte do Banco Nacional de Angola (BNA), adiantou.
Augusto Kalikemala explicou que este tipo de procedimentos se desenrola em várias fases. Inicialmente, foram apresentadas 16 propostas não vinculativas, das quais seis foram pré-qualificadas, de acordo com a informação prestada, os requisitos do Banco Nacional de Angola e os resultados de um processo abrangente de ‘due dilligence’, ainda a decorrer, que avalia a capacidade financeira.
Em breve, os seis candidatos com propostas vinculativas vão saber se serão ou não admitidos a leilão, indicou o mesmo responsável, avançando que manifestaram interesse instituições sul-africanas, inglesas, quenianas e europeias, mantendo-se na corrida os sul-africanos e angolanos.
O programa inicial contemplava a privatização de 195 ativos, mas, em fevereiro, foram excluídos 70, entre os quais empresas ligadas ao setor da pesca artesanal, e foram acrescentados outros 14, estando agora 139 ativos no pacote, das quais 41 foram já privatizadas.
O Estado angolano arrecadou até agora receitas avaliadas em cerca de 500 milhões de euros (376 mil milhões de kwanzas), estando o total dos contratos já assinados estimado em 806 mil milhões de kwanzas (mil milhões de euros).
Da programação para 2021, Augusto Kalikemaça destacou a alienação da seguradora ENSA, cujos procedimentos foram já iniciados, dos hotéis da Infotur, de 16 unidades industriais da Zona Económica Especial, dos 10% que o Estado angolano detém no banco BAI e dos 25% de participação no banco CaixaAngola, que serão também alienados por via de leilões em bolsa.
Decorre também a preparação da venda dos 51% que pertencem ao Estado na empresa de distribuição de combustíveis Sonangalp, também através de uma oferta pública inicial.