Analisando o mercado petrolífero angolano na Conferência Internacional sobre Petróleo, Gás e Energias Renováveis, promovida pela PetroAngola, o responsável disse que a oferta de Angola no mercado global é de apenas 1%, resultante dos actuais níveis de produção de uma média diária de 1,1 milhões de barris.
Patrício Quingongo sublinhou que a exportação e a produção têm diferencial de 3%, visto que Angola exporta quase tudo que produz, estimando uma exportação, até este mês, de um milhão 103 mil barris de petróleo/dia e um declínio na exportação de 7%.
Em relação aos preços, cálculos compilados pelo especiliasta apontam o Brent,como referência das ramas angolanas, com uma média, até à data actual, de 67.3 dólares.
O diferencial entre o Brent e as ramas angolanas para a exportação situa-se nos quatro cêntimos de dólares, ao passo que entre o preço médio do Brent e do WTI (petróleo americano), a diferença é de USD três dólares.
Quanto à oferta global do petróleo, a OPEP representa 28% daquilo que tem sido a disponibilidade universal, visto que há um corte em 7.2 milhões de barris/dia, implementado no mercado desde 2020.
Ainda assim, houve uma recuperação da economia global, saindo-se de 92%, em 2020, para 95.7% de oferta no mercado actualmente.
Receitas brutas
Este ano, as receitas brutas da indústria do petróleo estão já estimadas em 27 mil milhões de dólares. A Sonangol aparece com uma “fatia” de 379 milhões, a ANPG (concessionária nacional), com quatro mil milhões e as companhias (custos mais lucros) com mais de 10 mil milhões de dólares.
De acordo com Patrício Quingongo, as empresas angolanas têm participação muito reduzida nesses serviços, o que influencia a saída de recursos do país para outras economias.
Em 2020, os valores disponibilizados para a prestação de serviços nas empresas petrolíferas foram de USD 9.4 mil milhões, e apenas USD 400 milhões ficaram em Angola, ou seja, nove mil milhões de dólares foram exportados pelos serviços prestados.
O petróleo lucro está em torno dos dois mil milhões de dólares, sendo que os impostos representam apenas 13% daquilo que são as receitas situadas em mil milhões 700 milhões de dólares.
O director Executivo da PetroAngola disse que além da Covid-19, outros factores influenciam o sector, tais como os cortes da OPEP, a demanda do petróleo e a recuperação económica global.