Na cerimónia que simbolizou o arranque da obra, o ministro dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, frisou que esta fábrica vai promover o crescimento da indústria petroquímica e do agronegócio, bem como o desenvolvimento industrial do município do Soyo, proporcionando mais postos de trabalho diretos e indiretos.
Na ocasião, felicitou a iniciativa da Sonangol, petrolífera estatal angolana, e do grupo empresarial privado angolano Opaia.
O governante angolano realçou que o executivo angolano considerou necessária a realização de reformas no setor dos hidrocarbonetos de Angola, para permitir a realização de investimentos na prospeção, desenvolvimento, produção e transformação dos recursos do petróleo e gás do país.
“Foi assim que foi aprovada a lei do gás, que permite a monetização do gás e atração de investidores, não só para a atividade do gás associado ao petróleo, mas também atividade do gás não associado ao petróleo”, referiu.
Segundo Diamantino Azevedo, “os esforços empreendidos nesse sentido têm permitido melhorar substancialmente o ambiente de negócios, criando condições favoráveis de motivarem o grupo Opaia e a Sonangol, em outubro de 2019, a desencadear um conjunto de ações para a implementação desta fábrica de fertilizantes”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da comissão executiva da SonaGás, Manuel Barros, referiu que a fábrica terá a capacidade diária de produção de 3.500 toneladas diárias, perfazendo o total anual de 1,2 milhões de toneladas.
Manuel Barros salientou que a obra deverá estar concluída dentro de 44 meses, isto é, no primeiro trimestre de 2026, criando um total de 1.500 postos de trabalhos diretos e indiretos.
O responsável considerou a fábrica estratégica, justificando que vai permitir a monetização do gás, maximizar um recurso do país em benefício da indústria e fomentar o desenvolvimento da agricultura.
O presidente da comissão executiva da SonaGás apontou ainda como ganhos o desenvolvimento da indústria petroquímica e a poupança de receitas externas que o país gasta para a aquisição de fertilizantes.
“Vamos ter autossuficiência, vamos poder disponibilizar para o mercado aquilo que é hoje o consumo, cerca de 400 mil toneladas por ano. Aquilo que é hoje utilizado - não sei quais são as fontes e os custos associados - serão cobertos por produção nacional em kwanzas, isto é um ganho de extrema importância e de realce”, destacou.
A ureia a ser produzida é um fertilizante mineral que se apresentará na forma de grânulos brancos com 46% de nitrogénio, fórmula que confere o estatuto de fertilizante mais utilizado na agricultura mundial, por favorecer o crescimento vigoroso das culturas, permitindo colheitas em ciclos mais curtos, refere um comunicado distribuído à imprensa.