Angola regista aumento de moeda estrangeira em Janeiro - BNA

Post by: 09 Fevereiro, 2024

O país registou um aumento de cerca de 200 milhões de dólares (um USD vale em kz 829,715) na disponibilidade de moeda estrangeira em Janeiro, saindo de 600 milhões de dólares para USD 836 milhões, disse hoje, em Luanda, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias.

Falando na apresentação da Evolução do Mercado Cambial e suas Perspectivas, no seguimento da última Reunião do Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, sublinhou que os dados preliminares de Fevereiro deste ano registam uma venda de divisas, do lado do Tesouro, na ordem dos 244 milhões de dólares.

Manuel Tiago Dias explicou tratar-se de uma venda excepcional, que vai acrescentar as vendas habituais, feitas na plataforma, e as vendas realizadas fora,”o que nos leva a crer que, no mês de Fevereiro, poderemos ter vendas de divisas praticamente no mesmo patamar das que registamos no mês de Janeiro”.

“Não obstante o que terá acontecido em 2023, principalmente nos meses de Maio e de Junho, o país continuou a ter disponibilidades em moeda estrangeira. Reconhecemos que essas disponibilidades foram substancialmente inferiores às que tínhamos anteriormente. Todavia, continuamos a ter em média vendas de divisas por parte dos principais operadores aos bancos comerciais, na ordem dos 600 milhões de dólares/mês”, disse.

Por outro lado, Manuel Tiago Dias destacou a significativa redução das receitas de exportação em 2023, na ordem dos 28%, tendo um impacto “muito” significativo nas receitas de exportação do sector petrolífero, na ordem dos 28,9%.

Acrescentou que, face à redução das receitas de exportação, naturalmente, o país teve menos disponibilidade de moeda estrangeira, registando uma redução de 37%, no que diz respeito à disponibilidade em moeda estrangeira.

O governador explicou que, com menos disponibilidade de moedas estrangeiras, em função do regime cambial adoptado, observou-se uma depreciação acumulada da moeda nacional em 2023, na ordem dos 39%.

Como consequência, continuou, a economia teve que se ajustar, particularmente no sector externo, razão pela qual houve uma redução das importações, a um nível bastante significativo, “destacando-se a redução de importação de bens alimentares na ordem de 33%, particularmente dos bens de consumo essenciais na ordem dos 45%”.

Acrescentou que, face à menor oferta de bens, particularmente, alimentares, “não compensada pela produção nacional, porque os dados preliminares apontam que a produção do sector não petrolífero terá crescido apenas 2%, tivemos uma inflação de 20%, para além do desequilíbrio entre a oferta e a procura, tendo também outros factores que contribuíram para esses resultados”.

Em relação às Reservas Internacionais Líquidas (RIL), apontou que atingiram um saldo de 14,7 mil milhões de dólares, sendo que o governador do BNA acredita que as reservas vão manter-se no patamar relativamente alto, acima dos 14 mil milhões de dólares.

Explicou que não são as reservas internacionais usadas para importação de bens ou pagamento de serviços ao Estado, mas, sim, “são aquelas divisas que são transaccionadas na plataforma, que os bancos comerciais compram dos outros clientes que não participam da plataforma, onde estão essencialmente as empresas do sector petrolífero e diamantífero”.

Acrescentou que existem muitas outras entidades que mensalmente vendem divisas aos bancos comerciais, como embaixadas, instituições religiosas, organizações internacionais e empresas.

Essas instituições, apontou, mensalmente vendem aos bancos comerciais cerca de 200 milhões de dólares, “sendo que os bancos comerciais compram em média cerca de 400 milhões de dólares, totalizando os tais 600 milhões de dólares”.

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Last modified on Sexta, 09 Fevereiro 2024 18:57
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