"Prevemos que o crescimento real do PIB caia para 2,0% em 2025, face aos 4,4% de 2024, devido ao declínio da produção de petróleo, parcialmente compensado pelo aumento da produção de diamantes e pelo sólido desempenho do comércio, da agricultura e da construção", escrevem os analistas na nota que acompanha a decisão de manter o rating em B- com perspetiva de evolução estável.
Na análise, a Fitch antevê um crescimento de 2,5% em 2026, assente na economia não petrolífera e numa diversificação da economia mais alargada, nomeadamente na substituição de importações do setor agrícola, que compensarão uma "contribuição fraca do setor do petróleo".
Para os analistas da Fitch Ratings, Angola deverá registar um desempenho das contas públicas mais fraco devido à aproximação das eleições presidenciais de 2027, colocando mesmo em pausa a consolidação orçamental.
"Esperamos que o desempenho orçamental enfraqueça em 2025 e 2026 devido a uma queda nas receitas impulsionada pelo petróleo e a uma pausa na consolidação orçamental relacionada com as eleições", escrevem os analistas, antevendo que o excedente primário orçamental (antes do pagamento de juros) "diminua de 3,9% do PIB em 2024 para 1,1% e que o défice global aumente, de 1,0% para 3,1% do PIB em 2025, contra a meta inicial do governo de 1,7%".
No próximo ano, alertam, o défice deverá manter-se nos 3,1% do PIB, "refletindo a expectativa de um apetite limitado por cortes mais profundos em vésperas de eleições presidenciais em 2027".
Sobre a inflação, uma das mais elevadas na região mas em declínio, a Fitch estima que a subida dos preços fique "abaixo dos 18% até ao final de 2025 e perto de 10% até ao final de 2026", bem acima da média de 5% registada pelos países a que a Fitch atribui o rating de nível B.





