Um fim de ano que fica para a história de Angola e novo ano a fervilhar. Antes de janeiro acabar, a PGR angolana avançará com a ação principal contra Isabel dos Santos ou o arresto decretado pelo Tribunal Provincial de Luanda (TPL) extingue-se, garantem fontes jurídicas locais. Só no âmbito da ação, haverá acusação e defesa formais e decisões finais, mas os ventos não favorecem a empresária. Angola está determinada em mostrar uma nova normalidade e se agora reclama mil milhões - que Isabel dos Santos nega ter recebido - relativos ao financiamento da compra das empresas enquanto Eduardo dos Santos era presidente, outras exigências virão, por exemplo sobre mais-valias delas obtidas.
O Banco de Portugal abriu no final de 2019 uma inspeção por branqueamento de capitais ao Eurobic, avança a TVI. Esta inspeção segue-se a outra realizada em 2015, que determinou a recomendação de mecanismos que agora estão a ser verificados.
No princípio de dezembro, o FMI anunciou que tinha aprovado a segunda etapa do PFI, e alertou que “a dívida de Angola permanece sustentável, mas o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto aumentou substancialmente, e os já de si elevados riscos subiram ainda mais”.
Isabel dos Santos diz que acredita no seu país, mas é fora dele que está a resguardar a sua fortuna. A empresária mudou de residência para o Dubai e passou a assumir cidadania russa, segundos os documentos depositados no registo comercial de Malta a que o Expresso teve acesso.
Ricardo Soares de Oliveira, professor em Oxford e autor do livro Magnífica e Miserável: Angola desde a Guerra Civil, considera que o arresto de bens de Isabel dos Santos, acusada de ter lesado o Estado angolano em 1,13 mil milhões de dólares, mostra uma «radicalização da ofensiva» contra o ex-presidente, José Eduardo dos Santos, e a sua família.
A direcção da Cidade da China, zona comercial localizada no município de Viana, em Luanda, referiu hoje (sexta-feira) que o dinheiro falso encontrado dentro da instituição comercial pertencia ao proprietário da empresa denominada "Comida de Tai Wan".
Isabel dos Santos defende que o arresto dos seus ativos decretado a 30 de dezembro pelo Tribunal de Luanda a impede “de gerir e de recapitalizar” as suas empresas e, como tal, estas “foram condenadas à morte”.
A Sonangol e Isabel dos Santos partilham uma posição na Galp através da Esperaza. O Estado angolano diz que a empresária não pagou a sua parte, em dólares, como previsto. Ela garante que cumpriu a sua parte.
Em entrevista ao Observador, Isabel dos Santos nega ter sido favorecida pelo pai, fala das acusações de irregularidades no BIC Portugal e conta que não vai a Angola há mais de um ano porque tem medo.
Adalberto da Costa Júnior foi eleito hoje (sexta-feira) presidente da UNITA, durante o XIII congresso ordinário deste partido político.