"Eles (membros do colégio presidencial da coligação) falam abertamente, e eu acompanho, que já não querem mais o "Miau" por este ter provado a sua incompetência na CASA-CE e como se aproximam as eleições querem mesmo a sua substituição", afirmou hoje Makuta Nkondo, em declarações à Lusa.
Segundo o deputado independente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), a coligação, criada em abril de 2012 por Abel Chivukuvuku, "esteve moribunda, morreu e já foi enterrada" e "apenas Chivukuvuku tem poder para ressuscitá-la".
O deputado André Mendes de Carvalho "Miau", filho do falecido histórico nacionalista e escritor angolano Agostinho Mendes de Carvalho, foi confirmado presidente da coligação em maio de 2019, após a destituição de Abel Chivukuvuku, em fevereiro do mesmo ano, por alegada "quebra de confiança".
A coligação eleitoral é composta por seis partidos políticos, nomeadamente o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido de Apoio para a Democracia e Desenvolvimento de Angola - Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Democrático para o Progresso e Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA) e o Bloco Democrático (BD).
Na ocasião, cinco partidos, com exceção do BD, concordaram com a destituição de Abel Chivukuvuku.
Hoje, a imprensa angolana noticia que quatro partidos da coligação, exceto o BD e o PADDA-AP, "exigem, em carta já entregue ao colégio presidencial da CASA-CE, a demissão" de André Mendes de Carvalho "Miau" da liderança desta terceira força política em Angola.
Makuta Nkondo, que diz "não ter informações" sobre a referida carta, admitiu, no entanto, que a mesma tenha sido entregue no sábado passado, afirmando que já pediu ao colégio presidencial da CASA-CE para "pedir perdão e apelar ao regresso de Chivukuvuku".
"Já falei com o Chivukuvuku e fiz-lhe a proposta para retornar à CASA-CE e a sua resposta foi de que não aceita e não recusa a proposta, tem a porta aberta só que não pode decidir sozinho porque tem seguidores e foi isso que informei ao colégio presidencial", notou.
O político Abel Chivukuvuku lidera o projeto político PRA-JA Servir Angola, chumbado pelo Tribunal Constitucional angolano por alegadas "irregularidades" e "insuficiências de assinaturas" para a sua legalização.