Em declarações hoje à agência Lusa, o porta-voz do grupo, Mário Faustino, explicou que a manifestação foi cancelada a pedido da Casa de Segurança do Presidente da República, dando por isso o "benefício de dúvida" às autoridades, para resolução das preocupações nesta semana.
"Ontem [domingo] mesmo recebemos uma comunicação da Casa de Segurança a solicitar que não avançássemos com a manifestação, dizendo que todas as nossas preocupações serão resolvidas nesta semana", afirmou.
Sendo assim, acrescentou, apesar de "todas as condições" estarem reunidas para a saída, hoje, à rua, foi decidido cancelar o protesto.
"Vamos aguardar apenas esta semana e caso não resolvam, na próxima semana nós vamos à rua e aí não vamos depender mais de qualquer ordem ou autorização", disse ainda Mário Faustino.
Em causa está a reclamação dos ex-trabalhadores sobre o cumprimento de uma decisão do tribunal, de 2012, com vista ao pagamento de indemnizações aos mesmos, pelos seus despedimentos, caso ainda sem solução.
Por três vezes, este grupo já tentou sair à rua com a intenção de chegar ao Palácio Presidencial, mas foi sempre impedido pela intervenção da polícia e militares.
O caso envolve antigos trabalhadores de três empresas criadas pelo ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos casos da Brigada Especial de Limpeza, Brigada Especial de Construções Militares e Unidade da Guarda Presidencial.
Em finais de janeiro último, o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança da Presidência da República, Pedro Sebastião, prometeu uma solução para o caso, mas em contraproposta, reclamam os ex-funcionários, foi apresentada uma lista de indemnizações muito diferente dos valores da decisão do Tribunal.
Aqueles trabalhadores dizem que a Casa de Segurança deveria disponibilizar para estas indemnizações 8.296 milhões de kwanzas (33 milhões de euros), mas o mapa apresentado prevê apenas 312 milhões de kwanzas (1,2 milhões de euros), para o pagamento de todo o pessoal.