Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, o facto registou-se quando uma mulher se dirigiu a uma esquadra em Cacuaco, participando a ocorrência de um grupo de assaltantes que estavam a destruir a sua residência e a agredir os seus dois filhos, de 15 e 17 anos.
Na sequência, a polícia dirigiu-se ao local e encontrou a mulher a ser "fortemente" agredida pelo grupo, que se insurgiu contra os agentes com catanas, martelos, pedras, blocos e garrafas.
"Para dispersão, é assim que a polícia faz quando indivíduos desta natureza, com esta conduta, fazem frente à corporação: foram efetuados alguns disparos que, acidentalmente, atingiu no membro inferior, isto na perna direita, do meliante Jaime Orlando António da Costa, que é o líder do grupo denominado 'pé chato'", referiu Nestor Goubel.
De acordo com o porta-voz da Polícia de Luanda, o indivíduo atingido estava na altura a liderar o grupo, munido de uma faca e uma catana.
O homem foi socorrido pelos amigos para um posto médico privado da zona, prosseguiu Nestor Goubel, acabando por "sucumbir, não resistiu aos ferimentos".
No mesmo dia, compareceu na esquadra um homem, identificado por Orlando António da Costa, fardado com uniforme das Forças Armadas Angolanas (FAA), com o posto de 1º cabo, "acompanhado com cerca de 300 pessoas, trazendo os restos mortais do malogrado, fazendo arruaça e arremesso de objetos diversos".
Na tentativa da polícia de manter contacto com o militar, segundo Nestor Goubel, "este começou a instigar a população para agredirem e matarem os agentes em serviço".
"É claro que isto é reprovável, não é uma atitude compaginável com aquilo que deve ser a ação da população em situações desta natureza", considerou, relatando ainda que os populares "tentaram vandalizar os imóveis da esquadra policial".
Com o reforço da polícia das esquadras do Sequele e do Capalanca, acabariam por detidas 17 pessoas, entre as quais o militar, que serão presentes ao Ministério Público, para julgamento sumário.