A decisão de dissolver esta sociedade, constituída em 2008 e que foi identificada no âmbito do processo Luanda Leaks como fazendo parte do universo de Isabel dos Santos, foi tomada a 28 de Junho e transitou em julgado no início da semana passada.
“Foi declarada a dissolução e o encerramento da liquidação por a sociedade não ter procedido ao registo da prestação de contas durante dois anos consecutivos e por não ter resultado do processo a existência de ativo e passivo a liquidar”, segundo se lê na decisão da Conservatória do Registo Comercial e Cartório Notarial Privativos da Zona Franca da Madeira, citada pelo jornal económico on-line.
Já em 2020, a Dorsay esteve em risco de dissolução por falta de apresentação de contas, depois do caso Luanda Leaks ter apertado o cerco aos negócios de Isabel dos Santos. Na altura, as autoridades madeirenses avançaram com um processo semelhante contra a sociedade, mas situação acabou por ser rapidamente resolvida, evitando o fecho da empresa. Entretanto, em Maio desse ano, o BPI interpôs um processo judicial no tribunal da Madeira contra Sindika Dokolo e também a Dorsay por causa de uma dívida de cinco milhões de euros.
Isabel dos Santos tem sido, de resto, alvo de diversas acções dos bancos portugueses, nomeadamente o BCP e o Novobanco, que avançaram na semana passada com uma acção conjunta no valor de 17,4 milhões de euros contra a empresária angolana e ainda das suas sociedades Santoro e a Finisantoro, através das quais detém uma posição de 42,5% no banco português EuroBic, que está prestes a ser vendido.
As sociedades Unitel Holdings e Kento Holding (com participações indirectas na operadora Nos) e a Winterfell Industries e Winterfell 2 (ligadas à Efacec) foram outras sociedades visadas pelos bancos nos últimos anos, na sequência do Luanda Leaks.