A difusão de um novo vídeo, que mostra a execução de uma dezena de pessoas por alegados soldados camaroneses, reacendeu este domingo a polémica sobre a atuação das forças armadas dos Camarões, frequentemente acusadas de violação dos direitos humanos.
As imagens foram mostradas este domingo pela Amnistia Internacional (AI), mas já circulavam nas redes sociais.
O vídeo, com dois minutos, mostra 12 homens sem armas a serem executados a tiro contra um muro e, segundo a AI, “é verdadeiro”, tendo sido realizado na localidade de Agashishigasha, no norte dos Camarões, zona na qual as Forças Armadas combatem o grupo ‘jihadista’ Boko Haram.
Além de terem matado os 12 homens os soldados terão, alegadamente, incendiado casas.
A divulgação do vídeo ocorreu um dia depois do chefe do Governo Paul Biya ter admitido a autenticidade de outro similar que mostra a execução sumária de duas mulheres — supostamente terroristas, com os seus filhos.
O Governo ainda não emitiu, até ao momento, qualquer reação oficial.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) considerou na sexta-feira que os ataques terroristas do Boko Haram e Estado Islâmico “causaram uma larga e devastadora perda de vida, tiveram um impacto humanitário devastador, incluindo a deslocação de um grande número de civis na Nigéria, nos Camarões e no Chade, e representam uma ameaça para a estabilidade e a paz na África Central e Ocidental”.
Notou ainda “com particular preocupação o uso continuado pelo grupo radical Boko Haram de mulheres e raparigas como bombistas suicidas”, o que considerou que “criou uma atmosfera de suspeição para mulheres e raparigas, tornando-as alvo de assédio e estigmatização nas comunidades afetadas e de detenções arbitrárias pelas forças de segurança”.